Velocidade e embriaguez são principais condutas para mortes no trânsito em Campinas, diz Emdec


Nas avenidas e ruas da cidade, a infraestrutura viária foi fator de risco em 15,6% dos acidentes fatais. Trecho da Rodovia Santos Dumont, onde houve acidente entre carros em Campinas em 2023
Jorge Talmon/EPTV
O excesso de velocidade e a mistura de álcool e direção foram as principais condutas de risco que geraram mortes no trânsito em Campinas (SP) em 2023, segundo o relatório anual de sinistralidade da Emdec, empresa municipal responsável pelo trânsito na cidade, divulgado nesta quinta-feira (21).
Em 2023, 159 pessoas morreram no trânsito da Campinas, um aumento de 15,6% se comparado à meia dos últimos cinco anos. Isso significa que uma pessoa perdeu a vida a cada 2 dias em ruas, avenidas e rodovias da metrópole no ano passado.
Nas vias urbanas, o atropelamento de pedestres foi o que gerou a maior parte (34%) das mortes no trânsito, enquanto nas rodovias as colisões representaram a maioria (50%) dos óbitos. Entre as vítimas, a maioria (68%) era piloto ou garupa de motocicleta.
Fatores e condutas de risco
A Emdec analisou, em parceria com a Iniciativa Bloomberg para Segurança Viária Global, fatores e condutas de risco que geraram os acidentes fatais no trânsito de Campinas. Veja abaixo:
Concentração de óbitos
Com base na análise de dados dos últimos cinco anos (2019 a 2023), o relatório apontou os locais onde ocorreram mais mortes no trânsito de Campinas. Veja abaixo:
Vias urbanas:
Avenida John Boyd Dunlop: 10,5%
Avenida Ruy Rodrigues: 3,7%
Avenida das Amoreiras: 2,8%
Avenida Presidente Juscelino: 2,3%
Rua Comendador Aladino Selmi: 2,0%
Rodovias:
Rodovia Anhanguera (SP-330): 21,8%
Rodovia Santos Dumont (SP-075): 19,3%
Rodovia Dom Pedro I (SP-065): 19,0%
Rodovia dos Bandeirantes (SP-348): 16,5%
Rodovia Campinas-Mogi (SP-340): 5,2%
“A avenida John Boyd Dunlop, a mais extensa de Campinas, concentra mais de 10% dos óbitos ocorridos entre 2019 e 2023 – 37 no total. Apesar disso, a avenida apresentou queda gradativa de 54% nas mortes – 13 em 2021, oito em 2022 e seis em 2023. Até outubro deste ano, foram apenas três mortes registradas na via”, apontou a Emdec.
Campanha de conscientização
Ademir Batista de Souza e Erick Artur de Souza, atletas que sofreram lesões permanentes após acidentes de trânsito
Divulgação/Emdec
Para chamar a atenção para os impactos da violência no trânsito, a Emdec e a Associação dos Esportes Adaptados de Campinas (Adeacamp) lançaram uma campanha alusiva ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Sinistros de Trânsito, lembrado no terceiro domingo de novembro de cada ano. A data reconhece a dor das vítimas e familiares afetados pela mortalidade no trânsito.
Os atletas de Rugby em Cadeira de Rodas, Ademir Batista de Souza e Erick Artur de Souza, que sofreram lesões permanentes após acidentes de trânsito, relatam suas trajetórias de sofrimento, adaptação e superação em conteúdos disseminados nas redes sociais, painéis digitais e cartazes em ônibus.
“Uma imprudência no trânsito pode gerar perdas irreversíveis. Fiquei tetraplégico e as vidas de dois amigos foram interrompidas pelo acidente. A vida de uma pessoa pode mudar em segundos. O esporte me trouxe de volta para a vida”, lembrou Ademir.
“Como vítima, não recebi empatia ou socorro. Aquele um segundo que o condutor não parou e não respeitou a sinalização mudou a minha vida. É preciso refletir que a pressa no trânsito pode tirar a sua vida ou a de outra pessoa”, destacou Erick.
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