Os dois comandantes que não foram indiciados por golpe de Estado

Dos três comandantes das Forças Armadas que participaram das reuniões com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir uma minuta de golpe de Estado, só um foi indiciado pela Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (21/11): o almirante-de-esquadra da Marinha Almir Garnier Santos.

Os ex-comandantes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, não foram indiciados.

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Ex-presidente jair Bolsonaroao lado do comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior

O tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica
Almirante Gariner, chefe da Marinha sob Bolsonaro, foi indiciado pela PF
Então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier seria entusiasta da ruptura democrática, de acordo com delação de Mauro Cid
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General Freire Gomes, ex-comandante do Exército

Gustavo Moreno/ Metrópoles

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Ex-presidente jair Bolsonaroao lado do comandante da Aeronáutica Carlos de Almeida Baptista Junior

Igo Estrela/Metrópoles. @igoestrela

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O tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Júnior, ex-comandante da Aeronáutica

Reprodução MREB-Brasil

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Almirante Gariner, chefe da Marinha sob Bolsonaro, foi indiciado pela PF

Reprodução

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Então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier seria entusiasta da ruptura democrática, de acordo com delação de Mauro Cid

Isac Nóbrega/PR

A reunião da minuta do golpe com os comandantes

Os generais participaram de pelo menos duas reuniões, em dezembro de 2022, com o então presidente Jair Bolsonaro (PL) para discutir a adesão a uma minuta de golpe de Estado.

Em depoimento à Polícia Federal em março deste ano, os ex-comandantes Freire Gomes e Baptista Júnior descreveram detalhes do encontro. Eles disseram aos investigadores que se mostraram contrários aos planos golpistas. No entanto, relataram que o então comandante da Marinha, o almirante Amir Garnier, se colocou à disposição de Bolsonaro.

PF indicia 37 pessoas por golpe de Estado

A PF concluiu, nesta quinta-feira (21/11), o inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os indiciados por envolvimento na idealização do plano golpista estão Jair Bolsonaro (PL); os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno. São, ao todo, 37 pessoas indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa

O resultado do inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.

As provas, afirma a PF, foram obtidas ao longo de quase dois anos, “com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”.

Segundo a PF, as investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas e isso permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:

a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;
b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;
c) Núcleo Jurídico;
d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;
e) Núcleo de Inteligência Paralela;
f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas

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