Governança e sustentabilidade no foco do 3º encontro da Agenda ESG


Evento discutiu boas práticas corporativas e impactos globais no contexto ESG Painel discutiu sobre diversos pontos relacionados a ESG
Reprodução/Lead MKT
Na última terça-feira (19), o Grupo Tribuna promoveu o 3º encontro da Agenda ESG, com foco em governança e responsabilidade corporativa. O evento reuniu líderes empresariais e especialistas, que debateram as práticas de gestão ética e sustentável, essenciais para o fortalecimento das organizações e o impacto positivo na sociedade e no meio ambiente.
O economista Gesner Oliveira abriu o evento com uma fala que destacou a crescente adoção de formas mais participativas de governança nas corporações. Segundo ele, “formas democráticas de decisão que consideram múltiplos stakeholders têm se mostrado essenciais, principalmente em um cenário global marcado por desafios à democracia.”
COP29 e a conexão global
O evento também contou com a participação remota de André Ferretti, gerente sênior de economia da biodiversidade do Grupo Boticário. Direto de Baku, no Azerbaijão, onde está acontecendo a COP29, ele trouxe atualizações sobre o debate climático global, além de destacar a urgência de ampliar o financiamento para combater as mudanças climáticas, que atualmente necessita de trilhões de dólares.
André Ferretti participou do evento de forma remota
Reprodução/Lead MKT/Carlos da Hora
Ronaldo Christofoletti, da Unifesp, complementou o diálogo ao comparar a COP com uma “grande reunião de condomínio do planeta Terra”. Ele reforçou que as decisões tomadas em fóruns globais, têm reflexos diretos no modo como empresas locais adotam práticas ESG.
Soluções práticas e casos inspiradores
O painel trouxe discussões práticas e profundas sobre como empresas podem liderar iniciativas transformadoras. Gabriela Blanchet, coordenadora do Chapter Zero Brazil, reforçou a importância do “G” no ESG. “Governança é a base de tudo. Sem uma estrutura madura e robusta, não conseguimos implementar boas práticas ambientais e sociais com estratégia e visão de longo prazo”, afirmou.
Marcio Cristiano, diretor de finanças e suprimentos da Santos Brasil, trouxe a experiência da empresa em engajamento com fornecedores locais. Ele enfatizou a importância de apoiar pequenos fornecedores para que possam atender às exigências ESG. “Trata-se de criar um círculo virtuoso, promovendo desenvolvimento sustentável e inclusão.”
No painel foram debatidos assuntos relacionados ao ESG
Reprodução/Lead MKT/Carlos da Hora
Já Marcio José, CEO da Aquapolo, apresentou o case de sua empresa, que transforma esgoto em água de qualidade quase potável para uso industrial. “Nosso modelo alia inovação, preservação ambiental e governança robusta, mostrando como é possível unir sustentabilidade e eficiência econômica”, explicou.
Durante o painel, Jayme Garfinkel, ex-presidente da Porto Seguro, destacou a relação entre governança corporativa e responsabilidade social, compartilhando dados alarmantes sobre a população prisional no Brasil e os desafios para reduzir a reincidência. “É preciso um esforço coletivo para reverter essa realidade e promover impactos sociais positivos”, afirmou.
Ronaldo Christofoletti destacou a interconexão entre decisões globais tomadas em eventos como a COP e sua implementação no nível local. Ele enfatizou que as metas climáticas apresentadas por países, como as discutidas pela ministra Marina Silva, só se tornam realidade quando empresas de todos os portes e setores governamentais, desde o municipal até o federal, assumem ações concretas.
Christofoletti fez uma analogia com o Google Maps, explicando que ao ampliar a escala, passamos do global para o local, onde as mudanças realmente acontecem. Ele também alertou para o impacto global de decisões de grandes potências, como os Estados Unidos, que ao abandonar o Acordo de Paris, comprometem os esforços climáticos mundiais. “O condomínio é de todos, e se um eleva suas emissões, todos pagam a conta, especialmente os países mais pobres”, concluiu, reforçando a necessidade de clareza e urgência nas práticas ESG.
O evento encerrou com um espaço aberto para perguntas, onde o público pôde interagir diretamente com os painelistas. A troca de ideias reforçou a importância do engajamento coletivo para avançar nas práticas ESG.
A edição deste ano da iniciativa é patrocinada pela Ecovias, Santos Brasil e Terracom.
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