Apresentador apontado por Trump como secretário de Defesa foi acusado de assédio sexual, diz relatório da polícia


Pete Hegseth fechou um acordo com a mulher que o acusa em 2023 para que ele não fosse indiciado. Ele diz que a relação foi consensual. Nomeação para o cargo ainda deve passar pelo Senado dos EUA. Pete Hegseth, apontado por Trump para ser secretário de Defesa, conversa com repórteres no Capitólio, após reunião com senadores
Rod Lamkey, Jr./AP Photo
Uma mulher disse à polícia que foi abusada sexualmente em 2017 por Pete Hegseth depois que ele pegou seu telefone, trancou a porta de um quarto de hotel na Califórnia e se recusou a deixá-la sair, de acordo com um relatório investigativo detalhado divulgado na quarta-feira (20).
Hegseth, ex-apresentador e comentarista do canal de TV Fox News e indicado pelo presidente eleito Donald Trump para secretário de Defesa, disse à polícia na época que o encontro foi consensual e negou qualquer irregularidade, disse o relatório.
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As notícias das alegações surgiram na semana passada, quando as autoridades da Califórnia divulgaram um breve comunicado confirmando que uma mulher acusou Hegseth de agressão sexual em outubro de 2017, depois de ele ter discursado num evento de mulheres republicanas em Monterey.
O advogado de Hegseth, Timothy Palatore, disse em comunicado que o relatório policial confirma “o que eu disse o tempo todo: o incidente foi totalmente investigado e a polícia concluiu que as alegações eram falsas, razão pela qual nenhuma acusação foi apresentada”.
O relatório não diz que a polícia concluiu que as alegações eram falsas. A polícia recomendou que o relatório do caso fosse encaminhado ao Ministério Público do Condado de Monterey para revisão.
Hegseth pagou um valor não divulgado à mulher em 2023 como parte de um acordo confidencial para evitar a ameaça do que ele descreveu como um processo infundado, disse Palatore.
Divulgação do relatório
O relatório policial de 22 páginas foi divulgado em resposta a um pedido de registros públicos e oferece o primeiro relato detalhado do que a mulher alegou ter acontecido –e que contradiz a versão dos acontecimentos de Hegseth. O relatório citou entrevistas de policiais com a suposta vítima, com uma enfermeira que a tratou, com um funcionário do hotel, com outra mulher que estava no evento e com o próprio Hegseth.
O nome da mulher não foi divulgado e a Associated Press normalmente não cita os nomes de pessoas que afirmam ter sido abusadas sexualmente.
Uma porta-voz da transição de Trump disse na quinta-feira (21), no entanto, que o “relatório corrobora” o que a equipe jurídica de Hegseth tem dito “o tempo todo”.
Os investigadores foram alertados pela primeira vez sobre a suposta agressão, disse o relatório, por uma enfermeira que ligou para eles depois que um paciente solicitou um exame de agressão sexual. A paciente disse à equipe médica que acreditava ter sido agredida cinco dias antes, mas não conseguia se lembrar muito do que havia acontecido. Ela relatou que algo pode ter sido colocado em sua bebida antes de acabar no quarto do hotel onde ela disse que a agressão ocorreu.
A polícia recolheu o vestido e a roupa íntima sujos que ela usou naquela noite, disse o relatório.
O companheiro da mulher, que estava hospedado no hotel com ela, disse à polícia que estava preocupado com ela naquela noite, depois que ela não voltou para o quarto. Às 2 da manhã, ele foi ao bar do hotel, mas ela não estava. Ela voltou algumas horas depois, desculpando-se por “deve ter adormecido”. Poucos dias depois, ela disse a ele que havia sido abusada sexualmente.
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