PT não deve aceitar anistia de Bolsonaro: “Impunidade é o fermento da violência”

Jair Bolsonaro (PL) não deve esperar acordo de de anistia por tentativas de golpeAgência Brasil

O PT não pretende aceitar nenhum acordo que envolva anistia para o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). As informações são de Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social (Secom), após vir a tona uma operação que planejava matar o presidente Lula (PT).

Os pedidos de anistia a Bolsonaro envolvem, principalmente, as investigações de envolvimento do ex-presidente na tentativa de golpe de 8 de janeiro. O caso se agravou após a Polícia Federal deflagrar uma operação de uma tentativa de golpe em 2022: nesta, havia planos concretos de matar o presidente Lula e o vice-presidente, Geraldo Alckmin, além de planos de sequestro do ministro do STF Alexandre de Moraes (abortado minutos antes de acontecer).

“A gente tem que se recordar e pensar naquele momento. Um momento em que havia os acampamentos em frente aos quartéis, que nós tivemos o conflito no dia 12 de dezembro, que tivemos tentativa de explosão do caminhão próximo ao aeroporto e que tudo isso acaba culminando no 8 de Janeiro, que já vinha sendo planejado, estimulado, financiado. E que agora, materializado em uma ação que tinha data, que tinha plano e que tinha por objetivo assassinar o presidente eleito, o vice-presidente eleito e o presidente do TSE”, disse Pimenta para CNN.

Anistia está fora de questão para PT

Pimenta reforçou, em entrevista ao UOL, a impossibilidade do PT fazer acordos de anistia depois de todo o ocorrido. Para ele, não é viável que não haja punição: “Nesse momento, falar em anistia é acionar para qualquer movimento que tenha por objetivo acenar para impunidade. A impunidade é o fermento da violência, da intolerância, do ódio que levou o país a essa situação que nós estamos vivendo.”

Ele também comentou sobre a questão jurídica de se falar em anistia: “Até porque isso é totalmente ilegal, como é que alguém funcional vai ser aliciado se ainda não foi julgado, se ainda não foi condenado, se é uma excrescência primária do ponto de vista jurídico, do ponto de vista formal?”

O ministro também se mostrou indignado com a “fuga” de aliados de Bolsonaro para assumir responsabilidades, como ele colocou: “O que mais me impressiona dessa história, é que ela traz tantos casos de líderes militares que nas horas decisivas trouxeram para si a responsabilidade e protegeram a sua tropa, protegeram seus oficiais. Essa turma do Bolsonaro, entre outras características, é um bando de covardes. A primeira coisa que eles dizem é, não fui eu, não fui eu, não fui eu, fizeram de jeito sem o sábio, pelo amor de Deus.”

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