General preso por tramar golpe recebeu moção de homenagem da Câmara do Rio em junho


Mario Fernandes, assessor do deputado Eduardo Pazuello (PL-RJ), foi homenageado por atuação em Grupo de Estudos de Segurança Pública. Mario Fernandes é general da reserva
Marcelo Camargo/Agência Brasil
Preso nesta terça-feira (19) suspeito de integrar um grupo acusado de tramar um golpe de Estado e articular a prisão e a execução do presidente Lula, do vice Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, o general Mario Fernandes foi homenageado pelo vereador Rogério Amorim (PL) na Câmara do Rio em junho deste ano.
A moção – que é feita diretamente pelo vereador sem passar por votação em plenário – cita a atuação de Fernandes no “Grupo de Estudos de Segurança Pública no Estado do Rio”, criado pelo próprio deputado Pazuello, como o motivo para a homenagem.
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Na mesma data, o vereador Rogério Amorim apresentou homenagem a outros integrantes do grupo, formado ainda por outros parlamentares do PL na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) como India Armelau, que foi candidata a vice-prefeita do Rio, Márcio Gualberto, e o presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União).
Foram homenageados ainda o próprio Pazuello, o deputado federal Ubiratan Sanderson (PL-RS) e integrantes de instituições como o Ministério Público Militar, Tribunal de Justiça do Rio, entre outros, que também participaram do grupo.
Na justificativa das homenagens, Amorim destaca a atuação do grupo, que tinha ainda integrantes como assessores parlamentares e juristas, para propor “políticas públicas, estratégias, ações e projetos de lei aos três Poderes, nos níveis Federal, Estadual e Municipal”.
O grupo atuou até abril deste ano, quando apresentou propostas em um evento realizado no plenário da Alerj.
O que dizem os citados
Veja a nota de Rogério Amorim:
“O vereador Rogério Amorim informa que só tomou conhecimento da operação pela mídia e que espera que toda a situação seja esclarecida. Em junho, o vereador protocolou moção de aplausos para o trabalho do Grupo de Estudos de Segurança Pública (GESP) no Estado do Rio de Janeiro, e as homenagens foram individualizadas, incluindo a do general Mário Fernandes.
Ao longo de meses foram realizadas reuniões entre policiais, lideranças de associações de moradores, oficiais das Forças Armadas e representantes de partidos que desenvolveram diretrizes para a Segurança Pública da cidade e do Estado. A moção é bem clara quanto ao escopo da homenagem. Cabe ressaltar que outros integrantes do GESP – juízes, assessores parlamentares, promotores e deputados – receberam a mesma homenagem”.
Veja a nota do Exército:
“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que na operação realizada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira, 19 de novembro de 2024, foram presos o General de Brigada Mario Fernandes, da Reserva, e os Tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rodrigo Bezerra de Azevedo e Rafael Martins de Oliveira. Os militares da ativa não se encontravam participando da Operação de GLO na Cúpula do G20.
O General Mário Fernandes e o Tenente-Coronel Hélio Ferreira Lima encontravam-se no Rio de Janeiro para participar de cerimônias de conclusão de cursos de familiares e amigos. O Tenente-Coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo deslocou-se para a guarnição, a serviço, para participar de outras atividades e não fez parte do efetivo empregado na operação de GLO. O Tenente-Coronel Rafael Martins De Oliveira já se encontrava afastado do serviço por medidas cautelares determinadas pela justiça.
Este Centro informa, ainda, que a Força não se manifesta sobre processos em curso, conduzidos por outros órgãos, procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República.”
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