Deputado é expulso de clube de tiro após tentar ensinar crianças a atirar

Deputado Paulo BilynskyjReprodução

O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), conhecido por seu envolvimento na bancada da bala, foi afastado da sociedade em um clube de tiro que ajudou a fundar após ser acusado de enganar sócios, promover cursos de tiro com a presença de menores e permitir o acesso não autorizado ao cofre de armas do local.

O impasse entre Bilynskyj e seus antigos sócios da Puma Tactical, clube de tiro situado em São Paulo, culminou em uma disputa judicial. A decisão mais recente ordenou sua exclusão da empresa, algo que já foi formalizado pela Junta Comercial de São Paulo.

A defesa do deputado alegou que os sócios utilizaram sua imagem pública para impulsionar o negócio, mas não honraram o pagamento de quotas que lhe eram devidas. Além disso, sustentou que o tribunal ainda está para determinar a quantia a ser paga a ele pela sua retirada da sociedade.

Sobre as acusações envolvendo crianças, Bilynskyj negou qualquer irregularidade, alegando que os menores só apareceram nas fotos durante um momento de confraternização, com a mãe deles presente. Porém, em depoimento à polícia, a mãe confirmou que levou seus filhos, de 16 e 12 anos, ao curso, tendo pago R$ 1,4 mil por cada inscrição.

O deputado organizou, em janeiro de 2022, um curso batizado de “projeto policial”, no qual participaram dois menores, algo que contraria uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que exigia autorização judicial para a participação de menores em práticas de tiro, mesmo com o consentimento dos responsáveis.

Essa situação acabou por atrair a atenção do Ministério Público de São Paulo (MPSP) e da corregedoria da Polícia Civil, onde Bilynskyj também atua como delegado. Os sócios foram chamados a prestar esclarecimentos, enquanto o parlamentar afirma que a investigação já foi arquivada.

Duas ações judiciais foram movidas por ambas as partes, mas foram unificadas em um só processo. Inicialmente, o deputado obteve uma liminar que suspendia sua remoção, mas posteriormente, o juiz André Salomon Tudisco, da 1ª Vara Empresarial e Conflitos de Arbitragem, decidiu que ele deveria ser excluído por “falta grave”. A permissão dada aos menores e as investigações resultantes foram consideradas suficientes para “colocar em risco a atividade empresarial”.

Além disso, os sócios Maicon Oliveira e Rafael Unruh apresentaram diversas acusações, como a realização de cursos de tiro sem a devida licença da Polícia Federal, permitir o acesso de menores de 25 anos ao cofre de armas e apropriar-se do grupo do Telegram com a carteira de clientes do clube. Alegaram ainda que Bilynskyj não cumpriu integralmente o acordo firmado, que incluía a transferência de nove armas avaliadas em R$ 250 mil e um aporte financeiro de R$ 150 mil, algo que, segundo eles, nunca foi concluído.

Bilynskyj rebateu essas acusações, chamando-as de “aventura jurídica” com o intuito de tumultuar os fatos. A exclusão do parlamentar da sociedade transitou em julgado em dezembro de 2023, encerrando todas as possibilidades de recurso.

O clube, fundado no início de 2021, admitiu Bilynskyj como sócio em maio do mesmo ano. Ele ganhou notoriedade nas redes sociais pelo seu envolvimento com armas, fator que o ajudou a conquistar uma vaga na Câmara dos Deputados em 2022.

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