Gleisi: manifesto anti-corte de gastos não é contra equipe econômica

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta quarta-feira (13/11) que o manifesto contra o corte de gastos assinado pela sigla “não é e nunca foi contra a equipe econômica ou seus ministros”. As medidas de revisão de despesas são gestadas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), e pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB).

“[O manifesto] É contra as pressões indevidas do mercado e sua mídia sobre o governo do presidente Lula, com objetivo de cortar políticas e programas sociais”, escreveu Gleisi nas redes sociais.

“O que o texto afirma é que essas pressões, a escalada dos juros e a especulação com o câmbio são contra um país e um governo que vem corrigindo e melhorando os fundamentos da economia real: crescimento do PIB, dos empregos, do salário e da renda, dos investimentos. E é disso que o país precisa. O PT nunca faltou nem faltará ao presidente Lula em suas decisões”, completou.

As medidas têm gerado intensa repercussão negativa junto à base do PT. Elas visam preservar o arcabouço fiscal — novo modelo de regras das contas públicas — e garantir sua sustentabilidade nos próximos anos.

Entre as ideias ventiladas pela equipe econômica estão mudanças na multa do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e no seguro-desemprego, de modo a usar parte da multa rescisória para “financiar” o seguro-desemprego.

Busca-se também correção de irregularidades no Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda, e a despesa obrigatória que mais tem crescido nos últimos anos. Desde meados deste ano, o governo vem fazendo um pente-fino no BPC, com a adoção de regras mais rígidas.

Haddad diz que debate é natural

Na segunda-feira (11/11), Haddad minimizou o documento, de iniciativa de grupo de acadêmicos e entidades.

“Eu quero dizer que é natural que haja o debate. Nós estamos vivendo numa democracia, felizmente, é natural que haja o debate. Nós estamos muito seguros do que nós estamos fazendo. É para o bem dos trabalhadores. Controlar a inflação é parte do nosso trabalho. Manter a atividade econômica é parte do nosso trabalho. É um equilíbrio. É um equilíbrio entre variáveis importantes para todos os brasileiros”, disse ele a jornalistas.

Segundo ele, há intenção de levar o país a crescer com baixa inflação e crescimento do salário. Questionado se houve alguma desidratação nesse debate, ele respondeu negativamente.

“Para ser bem honesto, foi muito bem. Teve ajustes, teve aperfeiçoamentos incorporados, sim, mas eu não chamaria de desidratação. Pelo contrário. Penso que torna as medidas mais compreensíveis, mais palatáveis. Nós entendemos que o processo foi muito benéfico”.

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