Pessoas que bebem cerveja se alimentam pior do que os amantes de vinho

As pessoas que bebem cerveja têm, em geral, uma alimentação pior do que as que preferem vinho. Elas também são menos ativas e têm maior probabilidade de fumar. A afirmação polêmica vem de um estudo de doenças hepáticas realizado pela Escola de Medicina da Universidade de Tulane, nos Estados Unidos.

Os resultados do estudo serão apresentados no domingo (17/11) durante o The Liver Meeting 2024, conferência realizada pela Associação Americana para o Estudo de Doenças do Fígado. Ele também será publicado na revista Nutrients.

Os pesquisadores usaram dados de aproximadamente 1,9 mil adultos que relataram seus hábitos etílicos e estilo de vida. Entre eles, 38,9% afirmaram consumir apenas cerveja, 21,8% somente vinho, 18,2% apenas destilados e 21% uma combinação de tipos de álcool.

A qualidade da dieta foi comparada medindo hábitos alimentares autorrelatados em relação ao Índice de Alimentação Saudável, uma ferramenta validada com base em diretrizes alimentares. Uma dieta é considerada “adequada” quando atinge ao menos 80 de 100 pontos.

Nenhum dos participantes que consumiam álcool chegou perto de atingir os 80 pontos, mas os resultados foram piores entre os que consumiam cerveja. Veja a pontuação de cada grupo:

  • Cerveja: 49 pontos;
  • Vinho: 55 pontos;
  • Licor: 53 pontos;
  • Bebidas combinadas: 53 pontos.
Imagem mostra vários copos de cerveja sendo usados em um brinde - Metrópoles
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Perfil dos participantes

Os consumidores habituais de cerveja eram, na maioria, homens, jovens, fumantes e de baixa renda. Eles também tinham a maior ingestão diária de calorias e praticavam menos atividade física.

A principal autora do estudo, Madeline Novack, explica que as diferenças na qualidade da dieta podem ser atribuídas ao contexto em que as pessoas estão. Quando bebem cerveja, elas acabam escolhendo alimentos ricos em carboidratos e pobres em fibras, assim como carnes processadas. O vinho, por outro lado, costuma acompanhar refeições completas com carne, vegetais e laticínios.

A pesquisadora orienta que os médicos sempre perguntem o tipo de álcool que os pacientes consomem para aperfeiçoar as orientações de prevenção de doenças do fígado e outros problemas de saúde.

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