Antes e depois: veja como era e como ficou local submerso que virou ‘parque’ devido à seca no Amazonas


Paisagem, que tem viralizado nas redes sociais e atraído visitantes, costuma ficar submersa na maior parte do ano. Antes e depois de local que virou ‘parque’ devido à seca no Amazonas.
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A seca histórica enfrentada pelo Amazonas este ano deu origem a um vasto campo de grama verde que surgiu às margens do Rio Negro, em Manaus. A paisagem, que tem viralizado nas redes sociais e atraído visitantes, costuma ficar submersa na maior parte do ano. (Veja acima o antes e depois).
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Com a queda do nível do rio, que nesta terça-feira (12) registrou a marca de 12,67 metros na capital, a área se tornou um vasto banco de areia. Com o tempo, uma vegetação densa chamada “Canarana” se desenvolveu e transformou o local em um “ponto turístico” temporário.
Com a repercussão do local, muitas pessoas começaram a frequentá-lo para tirar fotos, gravar vídeos e se reunir com familiares e amigos. Foi o caso das irmãs Dalila Chagas e Camila Bitar, que souberam do local pelas redes sociais e decidiram visitá-lo. Assim que estacionaram o carro e desceram, ficaram imediatamente encantadas com a beleza do espaço.
“Quando o rapaz postou fotos com um ângulo mais bonito, como se fosse de um drone, mostrando a área verde preservada, isso realmente tornou o lugar uma atração. Os amazonenses apreciam esse tipo de ambiente mais ‘natural’. Pensamos que seria interessante vir aqui para prestigiar. Embora esse cenário tenha surgido devido à nossa seca, ele acabou revelando também um lado bonito”, afirmou Dalila.
Irmãs Dalila Chagas e Camila Bitar, no campo que surgiu com a seca do Rio Negro, no Amazonas.
Patrick Marques/g1 AM
Beleza natural esconde riscos ao meio ambiente
Segundo o professor de biologia André Menezes, a vegetação que surgiu no local é típica de áreas que enfrentam períodos de estiagem, funcionando como uma nova colonização do espaço. Apesar da beleza, a área pode causar impactos negativos à natureza, alerta o especialista.
Segundo ele, com a subida das águas, o espaço deve se desprender e formar uma grande ilha flutuante formada pela vegetação, o que tende a bloquear a entrada da luz solar para os rios e diminuir a quantidade de oxigênio na água. Isso afeta a reprodução dos peixes que vivem na região.
“O impacto que a nossa fauna de peixes sofre já é muito grande. E essas ilhas de capim que vão ficar flutuando por meses após o rio começar a encher, isso vai causar um prejuízo extremamente longevo. Isso aumenta também a proliferação de bactérias, isso pode aumentar os danos e doenças”, contou o especialista.
Seca no Amazonas
Neste ano, o Rio Negro atingiu 12,11 metros na capital amazonense, o menor nível já registrado em mais de 120 anos de medição. Esse fenômeno alterou o cenário da capital e levou a prefeitura de Manaus a interditar a Praia da Ponta Negra para banhistas.
Na orla, bancos de areia surgiram no meio do rio, forçando as embarcações a se afastarem cada vez mais do local onde costumavam atracar, próximo à via pública. Essa situação também impactou o escoamento da produção das empresas do Polo Industrial da capital, que tiveram que instalar um píer flutuante em Itacoatiara para facilitar o recebimento de insumos e o envio de mercadorias produzidas pela indústria.
Dados da Defesa Civil do Amazonas indicam que o Rio Negro parou de descer ao atingir 12,11 metros, no dia 12 de outubro. Desde então, o nível passa por oscilação comum ao período, chamada de repiquete. Desde o último dia 4, o rio apresentou uma subida de 50 centímetros.
Vegetação toma conta da margem do Rio Negro durante seca extrema no Amazonas
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