Justiça confirma morte a tiros de dois barra bravas do Rosario Central após partida

Torcedores do Rosario Central recebem os jogadores do lado de fora do estádio de futebol argentino Gigante de Arroyito antes de uma partida da Copa Libertadores em 7 de maio de 2024Marcelo Manera

Marcelo Manera

O chefe da barra brava do Rosario Central e outro membro do grupo foram mortos a tiros na noite de sábado nas proximidades do estádio Gigante de Arroyito, na cidade, após uma partida do Campeonato Argentino, confirmaram a polícia e a Promotoria da província de Santa Fé neste domingo (10).

As vítimas foram identificadas como Andres “Pillin” Bracamonte, 53 anos, um conhecido líder da barra do Rosario Central por vários anos, e Daniel “Rana” Atardo, 55 anos, identificado como seu principal colaborador.

“Temos que trabalhar duro para esclarecer tudo e rapidamente para dar uma resposta à sociedade”, disse o chefe de polícia de Santa Fé, Luis Maldonado, à Radio 2 local neste domingo, em meio a preocupações de que o crime poderia desencadear represálias dentro de barras rivais em uma cidade repleta de violência.

As vítimas estavam viajando em uma van, com Bracamonte como motorista, quando “foram interceptadas por pelo menos duas pessoas a pé que dispararam vários tiros contra elas, ferindo-as gravemente e fugindo em seguida”, disse o relatório da Promotoria.

De acordo com a investigação, os feridos foram ajudados por testemunhas no local e depois levados em veículos particulares para o hospital local, onde foi confirmada a morte.

A emboscada ocorreu a poucas quadras do estádio, onde o San Lorenzo venceu o Rosario Central por 1 a 0.

A partida não teve torcedores visitantes, portanto, as hipóteses iniciais apontam para um possível confronto entre os barra bravas do Rosario.

Bracamonte sobreviveu a vários ataques a tiros nos últimos anos em incidentes não resolvidos em meio a confrontos atribuídos a um acerto de contas entre os barra bravas do Central.

A Promotoria ordenou a coleta de imagens de câmeras de segurança na área, testemunhos de moradores locais e a investigação de ataques anteriores dos quais Bracamonte havia sido vítima, a fim de encontrar possíveis ligações.

Bracamonte não pôde entrar no estádio porque foi proibido pelo “direito de admissão” em eventos esportivos, devido ao seu histórico com os tribunais, mas estava nas proximidades do Gigante de Arroyito quando foi atacado, como era de costume em todas as partidas.

A última das tentativas de assassinato contra ele ocorreu em 10 de agosto, quando foi baleado com seu parceiro enquanto andavam de motocicleta na cidade de Rosário.

Na sexta-feira, Bracamonte compareceu a um julgamento contra ele por violência de gênero, no qual a Promotoria pediu que ele fosse condenado a dois anos de prisão.

Bracamonte, que também estava sendo processado por associação ilícita, extorsão e lavagem de dinheiro, era responsável pela barra brava do Rosario Central há 25 anos e havia sofrido quase 30 atentados contra sua vida.

As brigas entre barra bravas são comuns no futebol argentino, que já registrou mais de 300 mortes em sua história profissional, de acordo com a organização Salvemos al Fútbol.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.