Professora relata superação após problema hereditário que causa surdez: ‘Me conectar com a vida’


Cláudia Regina Lucas percebeu problemas na audição aos 15 anos e, aos 18, descobriu a otosclerose, problema hereditário que calcifica os ossos do ouvido. Hoje, com aparelho auditivo, ela afirma ter uma nova vida. Modelo de aparelho auditivo
Divulgação/Widex
A vida é caracterizada por uma série de obstáculos, sejam pequenos ou grandes. Para muitos, o maior deles é reconstruir a própria forma de ser. No Dia Mundial de Prevenção e Combate à Surdez, celebrado neste domingo (10), o g1 conta a história de Cláudia Regina Lucas, de Sorocaba (SP), que precisou se readaptar para continuar a vida, agora como surda.
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A professora conta que começou a sentir problemas na audição ainda na adolescência. Aos 20 anos, Cláudia descobriu que possuía otosclerose, um problema hereditário que calcifica os ossos do ouvido.
“Com o passar do tempo, a minha perda auditiva aumentou, me causando alguns problemas de comunicação e constrangimento. Comecei a me afastar das pessoas e eventos sociais e, no trabalho, a cada ano que passava, já não era possível mais disfarçar ou esconder a minha falta de audição”, lembra.
Devido à doença, Cláudia precisou ser submetida à uma cirurgia que, infelizmente, não obteve sucesso. “Por conta da calcificação dos ossos, meu médico me aconselhou a passar por cirurgia, mas meu corpo não respondeu bem. Então, por esse motivo, o médico resolveu não operar o outro ouvido”, relata.
Hoje, aos 51 anos, a mulher optou por usar um aparelho auditivo. Anteriormente, ela se sentia deslocada de seu círculo social e passava por problemas até mesmo dentro da sua casa, por conta do alto volume.
“Uso o aparelho auditivo há 20 anos e, quando percebo alguém com perda auditiva, oriento para usar e falo seus benefícios, sempre. Melhorou muito minha qualidade de vida”, relata.
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Antes de colocar, ela possuía um preconceito em relação ao equipamento. Para Cláudia, ser jovem e ter a audição debilitada era um problema.
“Hoje, me sinto incluída novamente no convívio social, as brigas pelo som alto da TV não acontecem mais e os benefícios na melhor auditiva e comunicação oral fizeram eu me conectar com a vida”, celebra.
Como identificar a surdez?
De acordo com uma empresa que vende aparelhos auditivos, existe uma série de sintomas que podem identificar uma possível surdez. Confira a lista completa:
Dificuldade de acompanhar conversas;
Necessidade de aumentar o volume da televisão;
Cansaço excessivo após interações sociais;
Abafamento dos sons;
Zumbido constante;
Dificuldade para se comunicar em locais com muito barulho;
Falar muito alto ou muito baixo.
Vanessa é fonoaudióloga e explica sobre a surdez
Divulgação
A fonoaudióloga Vanessa Gardini explica que a deficiência pode surgir ao decorrer da vida ou ainda no nascimento. Segundo a profissional, é imprescindível realizar um exame assim que os primeiros sintomas forem percebidos.
“Quanto mais cedo a pessoa buscar tratamento, melhores são os resultados da reabilitação auditiva, pois a pessoa se adapta mais rápido a ouvir novamente. A demora no tratamento piora o entendimento da fala, causando o declínio cognitivo do cérebro”, conta.
“Isso pode afetar a memória, equilíbrio e outras funções importantes, além de precisar de um tempo maior para se adaptar à amplificação sonora e reaprender a processar sons, como vozes e ruídos ambientais”, complementa.
Na visão da especialista, a reabilitação é um ponto importante no estímulo das habilidades auditivas, como o ato de memorizar e diferenciar certos sons. O processo pode mudar estímulos cerebrais, fortalecendo e ampliando as redes neurais responsáveis pela audição.
“Isso resulta não apenas em uma melhor compreensão da fala e na percepção de uma ampla gama de sons, mas também em uma significativa melhoria no bem-estar e na qualidade de vida do paciente”, finaliza.
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