Artista de MT é convidado a apresentar curta sobre povos ciganos em exposição da ONU na Suíça


Aluízio de Azevedo vê na arte uma forma de desmitificar os estereótipos e preconceitos contra a cultura cigana e e a comunidade LGBTQIAPN+. Multiartista de MT, Aluízio de Azevedo é convidado a apresentar curta sobre povos ciganos em exposição da ONU na Suíça
Reprodução
O multiartista mato-grossense, Aluízio de Azevedo, de 44 anos, natural de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá, é um dos convidados da Exposição Artes Minorias e Direitos Humanos, que ocorrerá no Centro de Artes da Escola Internacional de Genebra, a partir desta quarta-feira (6), na Suíça. O evento é promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
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O convite surgiu após Aluízio ter se inscrito no Concurso Internacional de Arte para Artistas Minoritários da ONU, em 2023. Ele expôs cinco telas e exibiu a websérie ‘Diva e as calins de Mato Grosso’, feita em conjunto com a Associação Estadual das Etnias Ciganas (AEEC-MT), que retrata a vida de mulheres ciganas do estado em cinco episódios, sendo premiado pela comissão de curadores com menção honrosa (assista ao teaser abaixo).
Teaser da websérie ‘Diva e as calins de Mato Grosso’
Este ano, a ONU está realizando uma retrospectiva com 22 vencedores das três edições do concurso, entre eles, o Aluízio. Desta vez, o diretor, roteirista e artista plástico apresentará duas obras, o curta-metragem ‘Caminhos Ciganos’, que aborda a vivência da comunidade cigana em locais como Portugal, França e em Mato Grosso, e a tela ‘Totem de Mim LGBTQIAPN+ Cigane’.
Tela ‘Totem de Mim LGBTQIAPN+ Cigane’
Aluízio de Azevedo
Aluízio, que é cigano da etnia Calon, contou ao g1 que o contato com a arte vem desde cedo, sempre aliado à cultura cigana. A família dele passou cerca de 80 anos como nômades até fixar residência em Mato Grosso. Segundo ele, cerca 400 familiares e pertencentes da comunidade estão espalhadas pelos municípios. Hoje, ele vê na arte, uma forma de desmitificar os estereótipos e preconceitos contra os povos ciganos.
“Existe uma visão muito estereotipada de que os ciganos são bandidos, trapaceiros que vão roubar, então poder demonstrar que os ciganos têm uma cultura milenar vinda do Egito, que por onde passamos, fomos agregando coisas culturais, levar a nossa arte, é maravilhoso”, declarou.
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Aluízio contou também que será um dos quatro artistas que irão falar na abertura do evento. Para ele, é uma honra representar os povos ciganos e a comunidade LGBTQIAPN+.
“Desde cedo convivo com a dupla exclusão: o racismo e a lgbtfobia. O reconhecimento dignifica e torna importante a luta de todas as pessoas que são ciganas e que, além da ciganofobia e do racismo, também são impactadas pelos discursos de ódio e ações de violência. Com isso, nós mostramos que somos capazes, temos habilidades, dons, caráter e merecemos todo respeito, consideração e reconhecimento que todas as pessoas merecem, independente de suas origens étnico-raciais, sociais ou de gênero”, finalizou.
A exposição ficará aberta para visitação até 18 de dezembro, em Genebra, na Suíça.

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