
O Ibovespa encerrou a sexta-feira, 14 de março de 2025, com uma forte alta de 2,64%, atingindo 129.957 pontos. Esse avanço marca o maior patamar do índice desde dezembro de 2024, impulsionado pelo desempenho positivo das commodities e pelo otimismo gerado por estímulos econômicos na China.
Além disso, o dólar fechou em queda de 0,98%, cotado a R$ 5,74, refletindo o aumento do apetite dos investidores por ativos de mercados emergentes.
Entre as ações de destaque, Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3) foram determinantes para a valorização do índice. Magazine Luiza também teve um desempenho expressivo, enquanto Natura sofreu uma queda significativa.
O que puxou a alta do Ibovespa?
O principal catalisador do dia foi a decisão da China de estimular sua economia ao incentivar a concessão de crédito por parte dos bancos. Essa medida animou os mercados globais e impactou diretamente o Brasil, beneficiando empresas exportadoras de commodities, como Petrobras e Vale.
Outro fator relevante foi a valorização do minério de ferro, que ajudou a sustentar a alta das ações ligadas ao setor de mineração e siderurgia.
Principais destaques do pregão
- Petrobras (PETR3; PETR4): PETR3 subiu 3,90% e PETR4 avançou 3,08%, impulsionadas pela valorização do petróleo no mercado internacional.
- Vale (VALE3): As ações da mineradora tiveram alta de 3,28%, refletindo a recuperação da demanda chinesa por minério de ferro.
- Magazine Luiza (MGLU3): Teve um salto de 13,48% após divulgar um lucro líquido de R$ 294 milhões no quarto trimestre de 2024, um aumento de 38,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
- Eletrobras (ELET3; ELET6): A estatal reportou um lucro de R$ 10 bilhões no ano passado, um crescimento de 136% em relação a 2023.
No lado negativo, Natura (NTCO3) despencou quase 30%, pressionada por um resultado financeiro abaixo das expectativas do mercado.
Especialista analisa o desempenho do mercado
O especialista em investimentos Christian Fanini, da Fanini Invest, comentou sobre o fechamento do mercado no programa Closing da BMC. Para ele, a alta do Ibovespa foi um movimento técnico importante para o curto prazo.
“O Ibovespa subir quase 3% hoje é fantástico, porque ele andou cerca de 3 mil pontos. Isso dá um ótimo lucro para quem opera day trade e também melhora o patamar técnico do índice. Muita gente achou que o Ibovespa poderia testar os 125 mil pontos antes de reagir, mas a recuperação e o rompimento dos 129 mil pontos criam um cenário positivo para novas altas.”
Fanini também destacou que o desempenho de empresas do setor de commodities foi decisivo para a forte alta do dia.
“A Vale foi um dos grandes destaques do dia. O minério de ferro em Dalian vem mostrando força, e isso reflete diretamente no desempenho da nossa bolsa. Além disso, Petrobras também ajudou a puxar o Ibovespa, mostrando que o peso dessas gigantes é determinante para os movimentos do índice.”
Natura tem forte queda após balanço decepcionante
Diferente do otimismo que marcou o dia para a maioria das ações do Ibovespa, Natura viveu um dia de fortes perdas. A empresa reportou um prejuízo líquido de R$ 438 milhões no quarto trimestre de 2024, uma redução significativa em relação aos R$ 2,6 bilhões de prejuízo registrados no mesmo período do ano anterior.
Mesmo assim, o mercado não reagiu bem ao balanço. O EBITDA ajustado ficou negativo em R$ 139 milhões e as margens apertadas levantaram dúvidas sobre a capacidade da empresa de reverter a situação nos próximos trimestres.
Para Christian Fanini, essa forte desvalorização pode gerar oportunidades, mas o investidor deve ter cautela.
“Quando uma ação cai mais de 5% em um dia, já começamos a monitorar. Quedas de 10% ou mais indicam que a empresa pode estar em um momento crítico. No caso da Natura, o balanço veio fraco e o mercado reagiu mal, mas isso não significa que a ação vai continuar caindo para sempre. Muitas vezes, grandes quedas abrem oportunidades para operações de curto e médio prazo.”
Agora, resta saber se a empresa conseguirá retomar a confiança dos investidores nos próximos meses.
Dólar fecha em queda e mercado monitora juros
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,74, acumulando uma queda de quase 1%. A desvalorização da moeda norte-americana foi impulsionada por um fluxo maior de investidores estrangeiros para mercados emergentes e pela expectativa de cortes de juros nos Estados Unidos.
A volatilidade no câmbio deve continuar, especialmente com a aproximação da Super Quarta na próxima semana, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos anunciarão suas decisões sobre taxas de juros.
O que esperar para os próximos dias?
Com o Ibovespa superando os 129 mil pontos, os investidores agora voltam suas atenções para a próxima grande barreira técnica: os 130 mil pontos.
Segundo Christian Fanini, o desempenho do mercado nos próximos dias dependerá do cenário macroeconômico e das decisões de política monetária.
“Semana que vem teremos a Super Quarta, com decisões de juros nos EUA e no Brasil. O comportamento do dólar e das taxas de juros vai influenciar diretamente o rumo da Bolsa. Se o cenário for favorável, podemos ver o Ibovespa testando os 134 mil pontos.”
No curto prazo, o setor de commodities segue sendo um dos mais promissores, enquanto o varejo ainda depende do cenário macroeconômico e do consumo interno.
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