
Brasil recebeu certificado de país livre da doença em novembro do ano passado. O sarampo é um dos vírus mais contagiosos para os seres humanos, mas pode ser evitado por vacina. Sarampo é altamente contagioso, mas tem vacina
Carlos Poly
Os casos de sarampo na Região Europeia dobraram em 2024, atingindo um recorde de mais de 25 anos, segundo análise feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Unicef. A região compreende 53 países da Europa e da Ásia Central.
Crianças menores de cinco anos foram responsáveis por mais de 40% dos 127.350 casos registrados no ano passado na região. Mais da metade dos casos relatados exigiram hospitalização e 38 mortes foram relatadas.
“O sarampo está de volta e é um sinal de alerta. Sem altas taxas de vacinação, não há segurança sanitária”, disse Hans Kluge, diretor regional da OMS para a Europa.
Segundo a OMS, após um retrocesso na cobertura de imunização durante a pandemia da Covid-19, os casos voltaram a aumentar significativamente em 2023 e 2024. As taxas de vacinação em muitos países ainda não retornaram aos níveis anteriores à pandemia, aumentando o risco de surtos.
A análise apontou que menos de 80% das crianças elegíveis na Bósnia e Herzegovina, Montenegro, Macedônia do Norte e Romênia receberam sua primeira dose da vacina contra o sarampo em 2023 — muito abaixo da taxa de cobertura de 95% necessária para evitar um surto.
A Romênia relatou o maior número de casos na região europeia em 2024, com 30.692 casos, seguida pelo Cazaquistão, com 28.147 casos, acrescentou.
O sarampo é um dos vírus mais contagiosos para os seres humanos, mas pode ser evitado por vacina. As infecções podem causar complicações, incluindo pneumonia, encefalite e desidratação, além de prejudicar a memória defensiva do sistema imunológico contra vários patógenos.
Brasil livre do sarampo
Em novembro do ano passado, o Brasil recebeu a recertificação de eliminação do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). Em junho de 2024, o país completou dois anos sem casos autóctones (com transmissão em território nacional) de sarampo — o último foi confirmado em 5 de junho de 2022, no Amapá. Todos os registros da doença foram de indivíduos que vieram do exterior.
📍Para cumprir os critérios de recertificação, o Brasil precisou demonstrar que não houve transmissão do vírus do sarampo durante pelo menos um ano, além de ter fortalecido o seu programa de vacinação de rotina, a vigilância epidemiológica e a resposta rápida a casos importados.
Eliminar uma doença é uma grande conquista para um país. Mas, para mantê-la longe, é preciso proteger a população, já que o vírus continua circulando no mundo. Como? Vacinando.
“Se conseguirmos manter a população vacinada, nos manteremos livres do sarampo”, afirma Renato Kfouri, presidente da Câmara Técnica do Brasil de Verificação da Eliminação do Sarampo.
Brasil recebe certificado de país livre de sarampo