Pastagens sustentáveis ou ilusão verde?

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Para atender às promessas ambientais, o Brasil tenta resolver uma complicada equação. Como atender à necessidade da expansão da pecuária sem aumentar áreas desmatadas para atender essa demanda? Isso porque boa parte dos terrenos utilizados para pastagens são abandonados com alto grau de degradação diante dos difíceis e custosos programas de recuperação desses espaços.

Tentado reverter esse quadro devastados, o Banco do Brasil vai anunciar a disponibilização de linhas de crédito voltadas exclusivamente para a recuperação de terrenos usados pela pecuária no Brasil. Trata-se de uma resposta efetiva ao desafio ambiental que envolve o desmatamento significativo, destinado principalmente à expansão das áreas de pasto na Amazônia, representando cerca de 80% das áreas desmatadas na região.

A criação de gado, embora seja uma atividade essencial para o agronegócio, tornou-se uma das práticas mais prejudiciais ao meio ambiente, com a emissão de gases responsáveis pelo aquecimento global e pela degradação da Camada de Ozônio. Somente o trabalho de recuperação já gera um alívio ambiental. O trabalho de resgate ambiental, por si só, gera redução de um dos gases do gases do efeito estufa, o metano gerado pela decomposição de matéria orgânica.

Os recursos destinados a essas iniciativas incluirão os provenientes da comercialização de créditos de carbono, direcionados para modelos de negócio mais sustentáveis dentro do segmento pecuário, visando modernizar os setores de engoreda, abate, corte de forma a aumentar a lucratividade e mitigar os impactos ambientais.

Balão de ensaio:

Em um projeto-piloto voltado para a recuperação de pastagens, o Banco do Brasil apresentou um modelo de negócio que integra soluções de gestão, rastreabilidade e crédito de carbono. A aplicação integrada dessas soluções promete benefícios significativos para toda a cadeia produtiva, reforçando a viabilidade econômica da modernização sustentável na pecuária.

Essa iniciativa está alinhada ao Decreto 11.815/2023, que institui o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis (PNCPD). Esse programa visa coordenar políticas públicas para a conversão de pastagens degradadas em sistemas sustentáveis de produção agropecuária e florestal.

Áreas devastadas: um desafio urgente

Segundo levantamento do BB, aproximadamente 101 milhões de hectares de pastagens no Brasil enfrentam níveis de degradação que variam de moderado a severo, resultando em perdas substanciais de produtividade. Apenas no período da safra 2023/24, foram alocados R$ 507 milhões para a recuperação de cerca de 111 mil hectares.

“O PNCPD transformará a pecuária brasileira em um setor ainda mais produtivo e sustentável, fortalecendo a posição de liderança do agronegócio brasileiro no mercado mundial e atraindo investidores. A pecuária brasileira está prestes a dar um salto significativo em direção a um futuro mais sustentável”, afirma Jayme Pinto Júnior, diretor de Agronegócios e Agricultura Familiar.

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