2º turno deve sacramentar domínio da direita nas maiores cidades de SP

São Paulo — O 2º turno das eleições municipais neste domingo (27/10) deve sacramentar o amplo domínio dos partidos de direita e de centro-direita nas 30 maiores cidades paulistas, que possuem mais de 200 mil eleitores e, por isso, podem ter dois turnos de votação.

Ao todo, mais de 15 milhões de eleitores estão aptos a votar nos 18 municípios de São Paulo onde a escolha do próximo prefeito não foi resolvida no 1º turno. Entre eles está a capital, onde o prefeito Ricardo Nunes (MDB) chega como favorito, segundo as pesquisas, para derrotar o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) e garantir mais quatro anos de mandato à frente da maior cidade do país.

Junto com o MDB de Nunes, que se considera de centro-direita e disputa a Prefeitura da capital em uma chapa com o PL de Jair Bolsonaro, outros três partidos mais ao centro — PSD, PSDB e União Brasil — já conquistaram quatro prefeituras no 1º turno — Santo André, Carapicuíba, Bauru e Praia Grande — e despontam como favoritos nas pesquisas para vencer em mais 7 cidades, podendo chegar a 12 dos 30 maiores municípios, incluindo a capital.

Esse número, contudo, é inferior ao que os partidos de direita podem atingir após a apuração dos votos neste domingo. Juntos, PL, Republicanos e Podemos já elegeram oito prefeitos no 1º turno e aparecem como favoritos ou competitivos em mais 1o cidades, podendo chegar ao comando de até 18 grandes prefeituras paulistas.

Em Guarulhos, por exemplo, segundo maior colégio eleitoral do estado, com mais de 950 mil eleitores, atrás apenas da capital, o vereador Lucas Sanches (PL) é o favorito contra o ex-deputado Elói Pietá (Solidariedade), que já foi prefeito da cidade pelo PT. No 1º turno, Bolsonaro e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) apoiaram o deputado estadual Xerife do Consumidor (Republicanos), que ficou em terceiro. Agora, ambos declararam voto em Sanches, que é ex-integrante do movimento de direita MBL.

O partido de Bolsonaro já ganhou em Mogi das Cruzes, Itaquaquecetuba e Suzano no 1º turno. Além de Guarulhos, também é favorito para vencer neste domingo em São José do Rio Preto, Jundiaí e Santos, além de travar uma disputa acirrada com o PSD de Gilberto Kassab em São José dos Campos.

Já o Republicanos de Tarcísio saiu do 1º turno vitorioso em Campinas, terceiro maior colégio eleitoral do estado, Sorocaba, o sétimo, e Embu das Artes. Neste domingo, o partido ligado à Igreja Universal tem chances reais de vencer em Barueri, Taubaté e Sumaré.

No caso dos partidos de esquerda, o cenário eleitoral em São Paulo é desolador. Sem nenhuma vitória nas 30 maiores cidades no 1º turno, esse campo político chega ao 2º turno com apenas três candidatos, sendo que somente um deles, o prefeito de Mauá, Marcelo Oliveira (PT), tem aparecido em primeiro nas pesquisas.

Além dele e de Guilherme Boulos na capital, o prefeito de Diadema, José Filippi (PT), também disputa o 2º turno. Ele passou em segundo lugar, apenas 5 mil votos atrás de Taka Yamauchi (MDB). Nas pesquisas, os dois têm aparecido em situação de empate técnico, com vantagem numérica para o emedebista.

Avanço da direita em SP

No 1º turno deste ano, quem mais cresceu na comparação com as eleições de 2020 foi o Republicanos de Tarcísio, que saiu de 20 para 80 prefeituras. Em segundo lugar aparece o PSD de Kassab. A sigla mais do que triplicou seu domínio, passando de 62 prefeituras para 203, e se tornou o partido que terminou o primeiro turno com mais cidades de todo o estado. Já o PL de Bolsonaro foi de 40 prefeituras para 102.

Ao todo, dos 645 municípios paulistas, ao menos 354 serão comandados por prefeitos do PSD, PL e Republicanos a partir de 2025, sem considerar os resultados do 2º turno neste domingo. Em 2020, os três partidos juntos tinham vencido a disputa no primeiro turno em apenas 122 cidades.

O MDB, que chegou ao segundo turno na capital paulista com Ricardo Nunes, abocanhou 63 prefeituras em todo o estado no 1º turno. Em 2020, o partido teve 54 prefeitos eleitos na primeira etapa do pleito. Em contrapartida, o PSDB encolhei significativamente. Elegeu prefeitos para apenas 21 cidades no 1º turno. Em 2020, os tucanos haviam levado 170 municípios nesta fase da eleição.

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