Verba desviada por Gustavo Gayer pode chegar a R$ 842 mil

A verba desviada pelo deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) da cota parlamentar pode chegar a R$ 842 mil. É o que aponta cruzamento feito pela coluna com base na investigação da Polícia Federal e dados do portal da transparência da Câmara dos Deputados.

Gayer e 17 aliados foram alvos da Operação Discalculia, deflagrada nesta sexta-feira (25/10) pela Polícia Federal. Os delitos investigados são: associação criminosa, falsidade ideológica, falsificação de documento particular e peculato-desvio.

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Deputado federal Gustavo Gayer, alvo de operação da PF nesta sexta-feira (25/10)

Operação da PF teve como alvo assessores de Gayer suspeitos de desvio de cota parlamentar
Gustavo Hayer com outros bolsonaristas em sessão da Câmara
Deputado bolsonarista Gustavo Gayer foi alvo de operação da Polícia Federal nesta sexta-feira (25/10)
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Gabinete do deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) que é alvo da Operação Discalculia, deflagrada pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (25/10) com o objetivo de desarticular associação criminosa voltada para desvio de cota parlamentar, além de falsificação de documentos para criação de Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).

Hugo Barreto/Metrópoles

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Operação da PF teve como alvo assessores de Gayer suspeitos de desvio de cota parlamentar

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Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

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Gustavo Gayer e Jair Bolsonaro

reprodução/instagram

De acordo com a investigação, o deputado bolsonarista usava a cota parlamentar para pagar o aluguel de sua escola de inglês em Goiânia. O imóvel, que fica no bairro Setor Bueno, em Goiânia, também foi usado para a operação da Loja Desfazuelio, que está em nome do filho do parlamentar.

Só de aluguel, o deputado gastou R$ 128,5 mil. O gasto mensal varia entre R$ 6 mil e R$ 7 mil. Soma-se ao valor R$ 11,8 mil de IPTU, R$ 2,9 mil de internet, R$ 16,7 mil de energia elétrica e R$ 3 mil em serviços de vigilância, tudo bancado com recursos públicos.

“A análise dos dados extraídos das mídias eletrônicas apreendidas revelou indícios de que o Deputado Federal Gustavo Gayer teria utilizado espaço físico (Rua T-38, nº 147, QD 116,LT 11, Setor Bueno, Goiânia/GO) alugado com verbas de cota parlamentar, supostamente destinado ao funcionamento de Gabinete Parlamentar, para a operação da empresa Loja Desfazueli e da escola de inglês Gayer Language Institute”, diz trecho da decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

A investigação da PF também apontou que quatro assessores do deputado trabalhavam na Loja Desfazueli. São eles: Joelson Pereira Martins, Bruno Amaral Machado, Amanda Oliveira Caixeta e Letícia Bruno de Araújo.

O quarteto era pago com dinheiro da Câmara. Entre fevereiro de 2023 e setembro deste ano, eles receberam R$ 655,3 mil em salários e auxílios.

Joelson ganha R$ 10.121,24 por mês; Bruno, R$ 8.467,67; e Amanda, R$ 9.830,79. Letícia esteve lotada no gabinete entre fevereiro e novembro de 2023, e ganhava R$ 11.149,89 mensais.

Além disso, o deputado pagou R$ 24 mil para contratação da empresa Goiás Online Comunicações e Marketing Publicitário LTDA, de João Paulo de Sousa Cavalcante. A Polícia Federal identificou que a companhia foi contratada com objetivo de “burlar a vedação legal à sua contratação como assessor parlamentar, uma vez que não preencheria os requisitos exigidos”.

“Com efeito, as atividades desempenhadas pela Goiás Online, sob a fachada de serviços de publicidade e marketing, na realidade consistiam em assessoria parlamentar, o que foi evidenciado pelo gerenciamento da agenda do Deputado por João Paulo”, diz o relatório.

“Destarte, tais circunstâncias contrariam os termos das Notas Fiscais emitidas e indicam que os serviços prestados não correspondiam ao declarado oficialmente. A conduta mencionada, conforme as lições do professor Olavo Evangelista Pezzotti, configura a prática do delito de peculato na sua modalidade de desvio”, conclui.

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