Família acusa dentista de agredir menino de 4 anos durante consulta; polícia investiga


Pai afirma que profissional causou esganadura e ferimentos na boca da criança. Caso aconteceu na segunda-feira (21), em Olinda. Família afirma que menino de 4 anos sofreu ferimentos na boca e no pescoço durante atendimento em dentista
Lucas Enock/Acervo Pessoal
A Polícia Civil investiga a denúncia da família de um menino de 4 anos que afirma que a criança foi agredida por uma dentista durante atendimento em uma clínica particular de Olinda. De acordo com o pai, a criança sofreu ferimentos na boca e uma esganadura, causados pela profissional. O caso aconteceu na segunda-feira (21), na Clínica Amor Saúde, que fica no Bairro Novo.
Na ocasião, o menino foi levado pelos pais para fazer o procedimento de pulpotomia, um tratamento para tratar a parte interna de dentes de leite. No dia seguinte, terça-feira (22), a família registrou boletim de ocorrência por maus-tratos na Delegacia de Crimes Contra a Criança e Adolescente e Atos Infracionais de Paulista, no Grande Recife.
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Ao g1, o pai do menino, o músico Rui Cabral, contou que a criança tem dificuldades para lidar com consultas odontológicas e que, por isso, acompanhou todo o procedimento junto com a esposa.
“Ele estava deitado sobre mim, eu não conseguia ver o que ela estava fazendo, porque o processo foi com contenção. Ele é muito hiperativo e tivemos que conter ele. Minha esposa estava na frente, segurando as pernas dele, e tinha um outro profissional, chefe do departamento odontológico, segurando a cabeça dele”, disse.
Rui afirma que a profissional iniciou o procedimento de maneira inadequada e demonstrava não ter muita paciência com crianças.
“Ela machucou o lábio superior dele e minha esposa não tinha percebido, mas quando ela cortou um ponto da boca dele, ela notou e fez uma reclamação, mas ela não deu ouvidos e respondeu minha esposa grosseiramente”, contou.
Ainda de acordo com o pai, em seguida a dentista tentou mover o queixo do menino, mas ele estava com a boca “travada” e, assim, ela fez muita pressão no pescoço da criança, causando a esganadura.
“Ele perdeu o fôlego e estava sendo sufocado, gritou e tudo. Eu sou muito tranquilo, mas pulei da cadeira com ele e mandei ela calar a boca e disse que iria tomar as medidas cabíveis”, explicou Rui.
Depois que a família saiu da sala, o chefe do departamento odontológico foi até os pais com outra profissional e ofertou o serviço de sedação, por um valor fora do que já tinham pagado, mas eles não aceitaram.
Esta foi a segunda vez que a criança foi atendida pela dentista, a primeira tendo sido há cerca de três meses, para uma restauração. Rui conta que, na ocasião, a família achou o tratamento dado pela dentista “ríspido”.
“Tínhamos percebidos a irritabilidade dela e uma certa grosseria na hora de tratar a criança, e nesse procedimento ela também cortou o canto de boca dele. Ela é muito bruta, não tem jeito para cuidar de criança”, afirmou.
O g1 procurou a Clínica Amor Saúde, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem. O Conselho Regional de Odontologia de Pernambuco (CRO-PE) também foi procurado, mas não se manifestou.
Família registrou queixa por maus-tratos
Segundo a família, desde o episódio, o menino não consegue dormir direito e os pais precisam administrar melatonina para que ele durma.
“Ele acorda assustadíssimo de madrugada, gritando, e não fala no assunto. A maneira dele demonstrar é outra, ele está mais agitado do que o normal, foi muito pesado para todos nós”, disse.
De acordo com o advogado da família, Lucas Enock, a criança foi submetida a exame de corpo delito no Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, no Centro do Recife. Ele disse que a polícia aguarda o resultado para dar continuidade no inquérito.
“O perito, de forma preliminar, informou que foi constatada a lesão corporal, mas o laudo sai apenas em 10 dias”, informou Enock.
O pai do menino conta que aguarda com revolta o desenrolar da denúncia, e que quer justiça pelo que aconteceu com o filho.
“Agora vamos cuidar dele, da cabeça dele, do psicológico, já marcamos a psicóloga, nossa maior prioridade agora é ele. O caso já está na mão da polícia e, claro, estamos esperando o inquérito policial”, afirmou o pai.
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