‘Ele falava que se tivesse que parar de trabalhar ia morrer fazendo o que gostava, dirigindo’, diz irmã de caminhoneiro morto na BR-040

Irmã de caminhoneiro diz que, apesar da violência, ele não tinha medo de trabalhar no Rio. ‘A gente fica aguardando a vez na fila para ser a próxima vítima’, lamentou irmã de Geneilson Eustáquio Ribeiro. A família de Geneilson Eustáquio Ribeiro, 49 anos, motorista de caminhão que trabalhava para a Secretaria Municipal de Educação do Rio, esteve no Instituto Médico-Legal (IML) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, no começo da manhã desta sexta-feira (25) para fazer a liberação do corpo.
Segundo a irmã do caminhoneiro, ele nunca teve medo de trabalhar nas ruas do Rio como caminhoneiro: “Ele falava que se tivesse que parar de trabalhar ia morrer fazendo o que gostava: ‘Dirigindo’’’.
Geneilson estava dirigindo o caminhão com o qual levava merenda e material escolar para crianças e adolescentes da rede municipal de ensino do Rio.
“Ele trabalhava como motorista e tinha o ajudante dele, que conseguiu escapar e avisou a firma. O responsável pela firma foi lá em casa para dar a notícia. Ele teve socorro rápido, mas não adiantou”, disse a irmã do motorista, que preferiu não ser identificada.
Geneilson estava na BR-040, na altura da Linha Vermelha, quando foi atingido. Ele foi socorrido para o Hospital Moacyr do Carmo e depois foi transferido para o Hospital Adão Pereira Nunes, onde chegou a passar por cirurgia, mas não resistiu aos ferimentos.
“Éramos seis, agora somos cinco. Geneilson era o melhor que tinha: bom irmão, bom filho, bom marido e bom pai. Honesto toda vida e trabalhador. E é isso que acontece. Sai para trabalhar e não volta mais”, destacou a irmã de Geneilson.
A família disse que a paixão de Geneilson era dirigir caminhão com material para as escolas. Segundo os familiares, ele fazia o que amava.
“Ele era uma pessoa que ia do trabalho para casa. A esposa chegou a pedir para aposentar, mas ele gostava do que fazia, morreu dirigindo”, disse um outro irmão, que também esteve no IML.
Geneilson era morador de Duque de Caxias, casado e deixa dois filhos.

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