Biblioteca Porão Cultural inaugura exposição de Alan Pessoa ‘Último Mergulho’, em Santarém


A mostra Último Mergulho é uma profunda reflexão visual sobre a dualidade vivida pelo amazônida urbanizado. Exposição Último Mergulho do artista Alan Pessoa
Divulgação
Em Santarém, no oeste do Pará, a Biblioteca Porão Cultural inaugurou na quinta-feira (24) a exposição Último Mergulho, do artista Alan Pessoa, oferecendo uma nova alternativa cultural para os santarenos. A data de abertura é simbólica, já que, por muitos anos, o dia 24 de outubro foi comemorado como o aniversário da cidade, em referência à rua que leva o mesmo nome. A exposição estará aberta ao público de segunda a sexta-feira, uma oportunidade para quem deseja conhecer o espaço e apreciar a arte local.
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O Porão é uma biblioteca comunitária que oferece empréstimo gratuito de livros. Cada pessoa pode retirar até dois livros, sem a necessidade de enfrentar qualquer tipo de burocracia, tornando o acesso à leitura simples e acessível para todos. Além disso, a biblioteca disponibiliza projetos inovadores como o “Caboclo Leitor” e o “Roda Livro”, iniciativas que levam a leitura às ruas e aos pontos estratégicos da cidade.
A mostra Último Mergulho é uma profunda reflexão visual sobre a dualidade vivida pelo amazônida urbanizado. As telas de Alan exploram as tensões entre a tradição enraizada nas culturas locais e a globalização, que avança avassaladoramente sobre o imaginário e o modo de vida dos povos da Amazônia. Segundo o artista, essa dicotomia aparece na forma, nas cores e nos símbolos das obras, que representam o “asfalto quente rodeado de casas de concreto irrompendo os matagais”, refletindo os sentimentos antagônicos de um território marcado por profundas contradições.
A mostra Último Mergulho é uma profunda reflexão visual sobre a dualidade vivida pelo amazônida urbanizado.
Reprodução
“O título Último Mergulho carrega um sentido dúbio. Ele fala de despedida e transformação. Na minha memória, traz a lembrança dos últimos mergulhos que dei nas águas do Tapajós na infância, mas também a esperança de que esses mergulhos não sejam de fato os últimos.”
Uma roda de conversa também será realizada durante a exposição, onde será debatido sobre o papel do artista no momento atual. De acordo com Alan, o artista amazônico tem o desafio de criar novos significados e resistir à imposição de imagens e ideias vindas de outras culturas.
“Se não podemos criar os nossos próprios significados da vida, o que mais podemos criar?”
Alan, busca inspiração em referências amazônicas e internacionais, como Laurimar Leal, os povos Borari e Munduruku, e Jean-Michel Basquiat. Suas telas dialogam com essas influências para construir uma linguagem visual própria, que abraça a complexidade do tempo e do espaço amazônicos.
“Se as pessoas saírem da exposição com algum sentimento de pertencimento e reflexão sobre a cidade que habitamos, estarei satisfeito. Precisamos parar um pouco o fluxo esmagador das coisas e estar presentes na vida. Se a exposição possibilitar isso, mesmo que por um instante, meu objetivo será alcançado”, finalizou Alan Pessoa.
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