Eleição só acaba quando termina, a não ser que acabe antes

Eleição só acaba quando termina. O truísmo, tão do agrado de gente do ramo, funciona como uma espécie de habeas corpus para escapar ilesa a resultados imprevistos, seja por pesquisas mal aplicadas, seja por reviravoltas que acontecem na última hora.

Guilherme Boulos (PSOL) tem hoje dois encontros que poderão definir sua sorte como candidato a prefeito de São Paulo. O primeiro, ao meio-dia, com Pablo Marçal; o segundo, a partir das 22h, com Ricardo Nunes (MDB); ambos para um debate.

Serão as últimas ocasiões para que Boulos tente diminuir a vantagem que Nunes abriu sobre ele. Havia outra, uma passeata no sábado ao lado de Lula pelo centro de São Paulo. Mas ela foi cancelada porque Lula ainda se recupera da queda que levou.

Eleição não só acaba quando as urnas fecham. Em boa parte dos casos, termina antes. As duas vencidas por Fernando Henrique Cardoso para presidente da República terminaram bem antes, assim como também as duas primeiras vencidas por Lula.

Para o candidato que no segundo turno chega atrás, o importante é tomar voto do seu adversário. Um voto vale por dois: o que se subtrai, outro que se acrescenta. A maioria dos votos indecisos se transforma em abstenção ou se distribui proporcionalmente.

Se a eleição tivesse sido ontem, segundo o Datafolha, Nunes teria derrotado Boulos por 58% a 42% dos votos válidos, descontados os nulos e em branco. Há quatro anos, foi por 59% a 41% dos votos válidos que Bruno Covas (PSDB) derrotou Boulos.

A repetir-se, no próximo domingo, placar igual ou parecido, Boulos não terá avançado na preferência do eleitor paulistano. A seu favor, diga-se que o candidato do PT a prefeito de São Paulo há quatro anos teve apenas 6% dos votos válidos no primeiro turno.

Vença Nunes, e pela primeira vez, a capital de São Paulo será governada por um prefeito reeleito.

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