Hospedagem pet em Belém vira alvo da polícia após tutora receber cão ferido e o outro, morto: ‘foi a pior notícia da minha vida’, diz vítima


Tudo aconteceu no dia do aniversário da pedagoga e empresária Renata Cecília. Ela pagou R$3200 à mulher que vendida serviços de cuidado animal e está desaparecida desde 12 de janeiro. Tutora deixa cães em hospedagem e recebe um deles ferido e o outro, morto em Belém.
Reprodução / Arquivo Pessoal
Uma hospedagem pet em Belém que prometia passeio diário, custando R$ 50 a diária, virou alvo da polícia por maus-tratos e abuso contra cachorros. A morte de um cachorro foi registrada. O local é o apartamento em um prédio na tv. Apinagés, no bairro de Batista Campos, onde morava a suspeita, identificada como Izabel. Ela está desaparecida desde 12 de janeiro.
Uma das vítimas, a pedagoga e empresária Renata Cecília havia deixado dois cachorros da raça spitz alemão por um mês, de 22 de dezembro até 23 de janeiro. Ela relatou à polícia que recebeu um dos animais com ferimentos, carrapatos e pesando 1 kg a menos; já o outro estava morto, com o corpo entregue dentro de uma sacola plástica. Tudo aconteceu no dia do aniversário dela.
“Eu estava no aeroporto voltando para Belém, no dia que eu iria acabar com a saudade deles, e recebo a pior notícia da minha vida, que o Pipoca tinha sido atropelado e morreu. Na mesma hora pedi para uma amiga buscar o outro, o Théo. Infelizmente se eu soubesse o que se passava eu teria voltado para salvar, mas não deu tempo”.
Um boletim de ocorrência foi registrado pela Polícia Civil na última terça-feira (23). Em nota, a Polícia Civil informou que o caso tramitado para a delegacia especializada dentro do prazo legal onde deve ser investigado.
Os serviços custaram R$3200, valor totalmente pago ainda em dezembro, segundo Renata, que conheceu Izabel por meio de um grupo em aplicativo de mensagens instantâneas. Ela conta que sempre deixava os cachorros desde 2021 com a mulher que oferecia serviços de tutora de animais. “O que agora parece estranho é que ela sempre descia de máscara, boné, óculos, com a mesma roupa”, afirma.
Durante a hospedagem, a mulher disse à Renata que iria se ausentar e deixar os animais sob responsabilidade de um homem de confiança. O g1 Pará entrou em contato, mas ele não atendeu às ligações nem as mensagens.
No dia em que iria buscar os animais, o homem informou à Renata que um deles estava morto por causa de um atropelamento.
“Quando chegamos para identificar o Pipoca ele estava enrolado em um pano, dentro de uma casinha no quintal. Eu recebi o corpo dele dentro de um saco”.
De acordo com o relato à polícia, o outro animal estava dentro de um lava-jato, com vida. A portaria do prédio em que os animais tinham sido deixado informou que Izabel viajou e não aparece em casa há semanas.
“Fiquei sabendo por outras pessoas que ela teria viajado para cursar medicina e que ninguém sabe onde ela está, faz quinze dias que ela não aparece no prédio dela, sumiu”.
O animal que morreu foi levado para exames de necropsia. Segundo a equipe veterinária, foi realizado um raio-x e não foram constatadas fraturas, mas que o caso dele foi delicado. O laudo deve ser apresentado junto ao processo sendo movido contra a cuidadora de animais, de acordo com Renata.
Já o animal que sobreviveu também recebeu atendimentos e não corre mais riscos.
“Me dá uma angústia tão grande pensar que eles sofreram tanto, e não consegui chegar a tempo de salvar. E depois de mim começaram a surgir vários outros relatos de que os animais voltavam sujos, sempre com alguma coisa. Teve um que voltou parece até que foi dopado”.
O advogado de acusação que está cuidando do caso informou que Izabel já respondeu por suspeitas de maus-tratos contra criança, mas ela conseguiu reverter a situação na Justiça. Segundo Alexandre Paiva, “eram prometidos mundos e fundos nesse serviço de tutora”.
“Foi confeccionado o boletim de ocorrência com vistas a se produzir as provas urgentes, mas eu creio que o inquérito deve ser apurado pela delegacia especializada da Polícia Civil, para que seja apurada responsabilidade, mas os indícios constantes, até porque ela assumiu uma responsabilidade, são latentes quanto à responsabilização criminal porque ela se colocou na condição de garantidora”, explica.
A prática de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais (…), domésticos ou domesticados, (…) é crime no Brasil e prevê prisão de três meses a um ano, e multa.
Como denunciar maus-tratos a animais
No Pará, todas as denúncias de maus-tratos contra animais podem ser feitas pelo número 181, que funciona 24 horas por dia.
Outra forma de denunciar é à Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), da Polícia Civil, pelo número (91) 3238-1225, em horário comercial.
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