HÁ VINTE ANOS – Lula e suas confusas teorias sobre informação

Da Folha de S. Paulo, edição de hoje: Num discurso para agentes de viagens, o presidente Luiz Inácio da Silva afirmou que os brasileiros têm de exaltar as coisas boas do país e saber “tratar” e “mostrar” os fatos negativos, com o objetivo de não macular a imagem do país nem afastar turistas.

“Nós temos problemas no Brasil? Nós temos de mostrar. Mas é preciso que a gente discuta como mostrar sem que isso afete a essência do nosso país, que é muito maior do que esses problemas”, disse o presidente, que insistiu no tema em boa parte de sua fala.

Apesar de reconhecer que há violência no país, ele afirmou que “ninguém vai num lugar se disserem que ali morrem 70 por dia” e que a sociedade precisa discutir como mostrar a criminalidade.

“Esses fatos existem? Existem. Têm de ser tratados com seriedade? Têm. Mas eles não podem e não servem para ajudar o turismo. Não quero que ninguém diga que estou pedindo para não dizer as coisas que acontecem, mas é preciso saber como tratá-las”, declarou Lula na abertura da 32ª feira da Abav (Associação Brasileira de Agentes de Viagem), no Rio.

Ao explicar a forma de tratar os assuntos, usou mais uma metáfora. Dessa vez, familiar: “Se o cidadão toma um cascudo da mulher à noite porque chegou tarde, ele não vai dizer: a minha mulher me deu um cascudo. Ele vai dizer: a minha mulher ficou brava, nervosa, mas a cabeça está doendo”.

Lula comparou a situação à de uma família que não revela suas brigas. “Vocês não ficam contando as brigas de vocês dentro de casa? É porque a gente quer preservar nossa família e nossa imagem”, afirmou, conclamando as pessoas a fazerem o mesmo com o país, os Estados e as cidades.

Ao falar especificamente sobre o Rio e dirigindo-se à governadora Rosinha Matheus (PMDB), o presidente disse: “Precisamos vender o Rio com o que ele tem de bom. E tem muita coisa”. Na visão dele, há violência no Rio, mas é necessário “relativizar” o tema.”

 

(Publicado aqui em 23 de outubro de 2004)

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