Um Civic hi-tech

Um Civic hi-techEduardo Rocha

Ponto de equilíbrio

Sedã híbrido japonês combina dinâmica e eficiência

por Hernando Calaza

Autocosmos.com/Argentina

Exclusivo no Brasil para Auto Press

Desde que a décima geração do Civic saiu de linha, a Honda definiu que não iria investir muito em sedãs médios no Brasil. Para não abrir mão completamente do segmento, passou a importar a nova geração do modelo da Tailândia na versão híbrida. Tanto o preço quanto a proposta colocam o Civic 11 no posto de vitrine tecnológica da marca. O Civic Advance Hybrid está sendo oferecido por R$ 265.900, ou 33% mais caro que o Toyota Corolla Altis Hybrid Premium. Este posicionamento gera volumes de emplacamento muitos tímidos. Em 2023, primeiro ano de vendas, teve 40 unidades mensais – média que subiu para 130 exemplares em 2024.

Por outro lado, as tecnologias do dois modelos são diferentes. Enquanto o Corolla conta com um motor elétrica que funciona como auxiliar do motor térmico, o Civic Hybrid tem um sistema bem mais complexo – o que pode ser muito bom quando funciona e muito ruim quando dá problema. O e:HEV conta com dois motores elétricos, um propulsor e outro gerador, que são sempre combinados com o motor a explosão.

Em baixas velocidade, a tração elétrica é privilegiada e usa o motor térmico para movimentar o gerador que alimenta a bateria e aumenta a autonomia elétrica. Já em altas velocidades, o motor a explosão é usado para a tração e o sistema elétrico entra como auxiliar, para aumentar o torque e melhorar as acelerações. O motor a combustão é um 2.0 16V de quatro cilindros com ciclo Atkinson e injeção direta de gasolina. Ele rende 147 cv de potência, com 19,4 kgfm de torque e aciona sempre as rodas dianteiras.

O sistema está associado a uma transmissão batizada de e-CVT, que tem duas relações pré-fixadas uma curta e uma longa, com potência de 184 cv, com torque de 34,2 kgfm e aciona as rodas dianteira (a Honda não divulga a potência combinada). É uma tecnologia que promove uma experiência muito mais elétrica e sustentável. A bateria de íon de lítio tem apenas 1,05 kWh, capacidade igual à do Corolla. A diferença é que o motor do Honda funciona como gerador e estende a autonomia elétrica, mas queimando combustível. Segundo o InMetro, o Honda Civic Hybrid percorre 18,3 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada, números bem semelhantes aos do sedã da Toyota.

Essa 11ª geração do sedã médio da Honda que, seguindo a tradição da marca, oferece um estilo mais sóbrio, em alternância com uma geração mais radical, como foi o caso da passada, a 10ª. Esteticamente, se assemelha a um Accord de escala, com superfícies lisas e faróis bem dominantes. Tudo flui da frente, que parece um focinho, para a traseira, com teto em arco, coluna traseira bastante inclinada e uma terceira janela lateral em triângulo. O capô longo também se destaca, como resultado do recuo da base da coluna dianteira.

O console frontal do Civic tem muito em comum com os dois SUVs construídos na mesma plataforma: ZR-V e o CR-V. A orientação das linhas é horizontal, com uma grade que esconde as saídas de ar, a tela flutuante de 9 polegadas e os comandos de climatização com três botões. Os plásticos são de boa qualidade, há couro e materiais macios mesmo nos painéis das portas e diversos porta-objetos espalhados pelo habitáculo.

O modelo traz muito em conforto, multimídia e segurança, com destaques para o estofamento em couro, bancos dianteiros elétricos, o do motorista com memórias, abertura e ignição por chave presencial, controle climático de duas zonas, freio de mão elétrico com auto hold e carregador de telefone por indução. A tela da central multimídia é sensível ao toque, mas não tem navegador interno, mas conta exibe a câmera de ré e o indicador de fluxo de energia. O espelhamento de Android Auto e Carplay sem fio.

O painel é 100% digital, com velocímetro e conta-giros com gráfico analógico. A parte central de cada relógio é personalizável e ainda tem uma seção central que monitora os recursos ADAS e traz diversas luzes-espia. O pacote de segurança segue o padrão Honda Sense, incluindo manutenção de faixa, cruzeiro adaptativo e frenagem automática de emergência com detecção de pedestres e ciclistas etc. O pacote de segurança se completa com oito airbags: frontais, laterais dianteiros e traseiros e de cabeça.

Impressões ao dirigir

Dupla personalidade

O sistema e:HEV sempre prioriza o uso do acionamento elétrico. Portanto, a menos que a bateria esteja muito fraca, ele não dará partida no motor de combustão. O início é suave e direto, e dificilmente se percebe quando o motor de combustão está funcionando.

As coisas mudam quando o condutor acelera forte. Nesse caso, o motor de combustão sobe o giro para gerar mais corrente e fica barulhento. De acordo com a Honda, o barulho é artificial para imprimir a ideia de esportividade e sai dos alto-falantes. Em condições normais, como em recuperações moderadas, esse recurso não entra em ação. Mesmo com um pedal cheio, o Civic é ágil e muito disposto a ganhar velocidade rapidamente.

A posição de dirigir é boa, típica de sedã com toque esportivo, em que o condutor quase veste o carro. Eles são mais envolventes e rígidos, com uma posição rebaixada. Direção, freios e suspensões oferecem uma boa comunicação. Não é superassistido e o motorista percebe bem os movimentos do carro, mas sem qualquer aspereza.

Ficha técnica

Honda Civic Advanced Hybrid 2.0

 

Motor a combustão: Gasolina, dianteiro, transversal, 1.993 cm³, Ciclo Atkinson, aspirado, com quatro cilindros em linha, duplo comando no cabeçote variável na admissão e escape, 16 válvulas e injeção direta de combustível.

Potência máxima: 143 cv a 6 mil rpm.

Torque máximo: 19,1 kgfm a 4.500.

Diâmetro e curso: 81 mm X 96,7 mm. Taxa de compressão: 13,9:1.

Motor elétrico: Elétrico síncrono de corrente alternada com rotor bobinado. Alimentado por um conjunto de baterias de íons de lítio com 1,05 kWh.

Potência máxima: 184 cv.

Torque máximo: 32,1 kgfm.

Transmissão: Câmbio CVT com duas velocidades pré-programadas à frente e uma à ré com embreagem multidisco. Tração dianteira.

Aceleração 0-100 km/h: 7,8 segundos.

Velocidade máxima: 180 km/h.

Suspensão: Dianteira independente McPherson com barra estabilizadora e amortecedores telescópicos hidráulicos pressurizados. Traseira independente com multilink e amortecedores hidráulicos e pressurizados. Oferece controle de estabilidade.

Pneus: 215/50 R17.

Freios: Dianteiros por discos ventilados e traseiros por discos sólidos com ABS.

Carroceria: Sedã em monobloco com quatro portas e cinco lugares. 4,68 metros de comprimento, 1,80 m de largura, 1,43 m de altura e 2,74 m de distância entre-eixos. Oferece airbags frontais, laterais dianteiros e traseiro e de cabeça.

Peso: 1.449 kg.

Porta-malas: 495 litros.

Tanque de combustível: 40 litros.

Produção: Prachin Buri, Tailândia.

Lançamento da geração no Brasil: 2024.

Preço: R$ 265.790.

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