Eleição para presidência da Câmara de Florianópolis indica comportamento da oposição a Topázio

Está tudo praticamente definido para o vereador reeleito João Cobalchini (MDB) permanecer como presidente da Câmara de Florianópolis na próxima legislatura. Com apoio dos cinco vereadores do PSD do prefeito reeleito Topázio Neto e dos cinco representantes do PL do governador Jorginho Mello (PL), além do próprio partido, o emedebista já soma 13 dos 23 vereadores eleitos.

Câmara de Florianópolis terá novidades

Câmara de Florianópolis terá novidades na bancada de oposição ao prefeito reeleito Topázio Neto – Foto: Divulgação/ND

Resta, assim, a conversa com os demais partidos para João Cobalchini ampliar essa vantagem e as demais legendas, em troca do apoio, garantirem vagas na mesa diretora e em presidências de comissão. Conversas, que dentro de qualquer legislativo incluem a oposição.

Nesse estágio, é possível perceber indicativos de como se comportará a nova oposição, formada majoritariamente pela esquerda – três vereadores do PSOL, dois do PT.

Esquerda renovada na Câmara de Florianópolis

O PSOL, por exemplo, parece que vai atuar de forma mais alinhada. Afrânio Boppré foi reeleito para o quarto mandato. Os estreantes Leonel Camasão e Ingrid Sateré Mawé já foram assessores parlamentares na Câmara de Florianópolis, conhecem o jogo interno. A postura inicial do trio foi abrir conversas com Cobalchini em nome de melhores condições de exercerem os mandatos.

Concluído o período de quatro meses como deputada federal, exercendo a função de suplente do deputado federal Pedro Uczai (PT), a vereadora reeleita Carla Ayres (PT) teve presença discreta nas primeiras conversas.

Quem chamou atenção foi o estreante Bruno Ziliotto (PT). Assim que circularam as primeiras conversas de bastidores sobre a posição da esquerda na eleição interna da Câmara de Florianópolis, ele decidiu marcar uma posição mais radical que a dos colegas.

Ex-diretor do Sintrasem eleito vereador

Em nota oficial em que chama o acordo pela manutenção de Cobalchini na presidência da Câmara de “conchavo de bolsonaristas com Topázio”, o vereador eleito Bruno Ziliotto disse:

“Não apoiaremos uma chapa para a Mesa Diretora que está alinhada ao governo Topázio, em aliança com o bolsonarismo do PL. Fomos eleitos para defender o serviço público e a classe trabalhadora, e o projeto político de Topázio e do PL são o oposto do que defendemos para a cidade de Florianópolis.”

Bruno Ziliotto, fez campanha como Professor Bruno, é foi a maior surpresa entre os eleitos para a Câmara de Vereadores da capital catarinense. Ele foi diretor do Sintrasem, o sindicato dos servidores públicos municipais, maior oposição que Topázio enfrentou em seu mandato – especialmente com as greves da Comcap. Com sua eleição, o sindicato terá, na prática, uma cadeira no legislativo municipal.

Entenda o favoritismo de João Cobalchini na Câmara de Florianópolis

Os movimentos pela definição da futura mesa diretora da Câmara de Florianópolis começaram logo depois da confirmação dos vereadores eleitos e da reeleição do prefeito Topázio Neto (PSD). Três coisas ficaram claras neste processo: a maioria governista, o empenho pessoal do prefeito pela manutenção do vereador reeleito João Cobalchini (MDB) como presidente na nova legislatura e a postura da futura bancada de oposição.

Os partidos que apoiaram oficialmente a reeleição de Topázio Neto conquistaram 15 das 23 vagas de vereador em Florianópolis. A eles, se somam os dois nomes eleitos pelo União Brasil, que eram contrários ao apoio do partido ao ex-prefeito Dário Berger (PSDB) e escancaradamente fizeram campanha pela reeleição do atual prefeito. Assim, a base aliada teria 17 vereadores.

Para evitar a disputa interna pela presidência e consolidar a reeleição de João Cobalchini, Topázio Neto influenciou as duas maiores bancadas eleitas: PSD e PL, com cinco integrantes cada. Em reunião com os pessedistas, o prefeito falou da importância de cumprir o acordo com o MDB, que elegeu três vereadores. Lembrou que o partido foi o primeiro a declarar apoio à reeleição e não exigiu a vaga de vice-prefeito.

No PL, o trabalho foi feito junto aos irmãos Bruno e Filipe Mello, filhos do governador Jorginho Mello. Eles trabalharam para apaziguar resistências entre os vereadores eleitos do PL, inclusive participando de reunião entre eles e Cobalchini para aparar arestas e definir postos que o partido pode ocupar na nova legislatura.

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