
O mercado financeiro brasileiro foi surpreendido nesta terça-feira (11) com a valorização expressiva das ações da Casas Bahia (BHIA3). Os papéis da empresa, que já haviam subido 29,92% no pregão anterior, atingiram a máxima de R$ 4,99, fechando o dia a R$ 4,69. Com isso, as ações acumularam um impressionante salto de quase 98% nos cinco primeiros pregões de março.
Segundo analistas, o principal fator por trás dessa disparada é um fenômeno conhecido como “short squeeze”. Esse movimento ocorre quando investidores que apostaram na queda da ação (vendidos) são obrigados a recomprá-la diante de uma valorização inesperada, o que amplifica ainda mais a alta dos preços.
Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, explicou a dinâmica desse movimento:
“O mercado não esperava essa alta, e, quando começa um movimento assim, muitos investidores entram tentando surfar essa onda. No entanto, essa valorização não tem relação direta com os fundamentos da empresa, mas sim com posicionamentos técnicos. Não é um movimento sustentável no longo prazo.”
O caso da Casas Bahia remete a episódios históricos no mercado financeiro, como o short squeeze da GameStop (GME) em 2021, que causou grandes perdas para fundos de investimento que haviam apostado contra a varejista americana.
Lima também alertou para os riscos de operar sem estratégia definida:
“Antes de entrar em qualquer operação, o investidor precisa ter clareza sobre seu objetivo de lucro e seu limite de perda. Um dos grandes erros dos investidores, principalmente os iniciantes, é postergar a saída e acabar acumulando prejuízos.”
A grande questão agora é: até quando essa alta das ações da Casas Bahia (BHIA3) será sustentada? Investidores devem ficar atentos para evitar cair na armadilha da especulação desenfreada.
Trump aumenta tarifas sobre aço e alumínio canadense para 50%
Enquanto a bolsa brasileira segue volátil, a cena internacional também está agitada. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que irá dobrar as tarifas sobre aço e alumínio importados do Canadá, elevando os impostos para 50%. A medida entra em vigor já nesta quarta-feira, 12 de março.
O aumento das tarifas é uma resposta direta à decisão do governo de Ontário, que impôs uma taxa de 25% sobre a eletricidade exportada para os EUA.
Mas a tensão comercial não para por aí! Trump também exigiu que o Canadá elimine imediatamente as tarifas sobre produtos lácteos americanos, que atualmente variam de 250% a 390%. Caso contrário, ele ameaça aplicar novos impostos sobre os automóveis canadenses a partir de 2 de abril.
De acordo com especialistas, essa escalada na disputa comercial pode impactar setores-chave da economia global, principalmente siderúrgicas e mineradoras. O analista Sidney Lima vê oportunidades nesse cenário:
“Empresas do setor de metais, como mineradoras e siderúrgicas, podem se beneficiar desse tipo de conflito, já que a oferta e demanda se tornam mais imprevisíveis. Ações de empresas como Vale (VALE3), Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4) podem entrar no radar dos investidores.”
Além disso, Lima acredita que essa guerra comercial não deve se estender por muito tempo, pois também impacta negativamente a economia dos EUA:
“É mais uma guerra de narrativas do que uma disputa econômica sustentável. A tendência é que, em algum momento, os dois países encontrem um meio-termo para evitar danos maiores.”
O que esperar do mercado nos próximos dias?
Com a forte volatilidade das ações da Casas Bahia (BHIA3) e as tensões comerciais entre EUA e Canadá, o cenário econômico segue incerto. Para investidores, o momento exige cautela e análise de fundamentos, evitando movimentos especulativos de alto risco.
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