Parlamento russo aprova lei que proíbe propaganda ‘antifilhos’, e Putin pede que mulheres tenham ‘pelo menos’ 3 filhos

Leis que proibiriam “propaganda” desencorajando russos a terem filhos foram aprovadas por maioria esmagadora na quinta-feira na primeira de três leituras na câmara baixa do parlamento.
A legislação proibiria materiais na internet, na mídia e na publicidade que são considerados como retratando um estilo de vida sem filhos como atraente, e sujeitaria os autores a multas.
O presidente Vladimir Putin, que retrata a Rússia como um bastião de “valores tradicionais” presos em uma luta existencial com um Ocidente decadente, encorajou as mulheres a terem pelo menos três filhos para garantir o futuro demográfico do país.
A questão assumiu maior urgência para as autoridades depois que dados oficiais divulgados no mês passado mostraram que a taxa de natalidade da Rússia caiu para o menor nível em um quarto de século.
Enquanto isso, as taxas de mortalidade estão aumentando, sem fim à vista para a guerra de Moscou na Ucrânia, onde soldados russos, como seus colegas ucranianos, estão sendo mortos e feridos em uma guerra de desgaste. Os números oficiais de baixas são um segredo.
A vice-presidente da Duma, Anna Kuznetsova, disse no início deste mês que a lei era parte da “estratégia de segurança nacional” da Rússia. Ela está sendo defendida por Vyacheslav Volodin, um poderoso aliado de Putin que é presidente da câmara baixa.
Volodin acusou o que as autoridades descreveram como o “movimento sem filhos” de desvalorizar a instituição da família com uma ideologia que encoraja uma “recusa consciente de ter filhos”.
Ele disse, no entanto, que a lei não é sobre criminalizar mulheres que decidem não se tornar mães.

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