Ministério Público pede investigação da morte de adolescente mesmo após policial suspeito do crime ser encontrado morto


O MP pede ainda que a morte do policial seja investigada, assim como as ações do irmão do suspeito e do delegado titular da delegacia de polícia de Silvânia. O crime aconteceu em setembro deste ano. Imagens mostram quando menino que morreu asfixiado é abordado em rua e levado até hospital
O Ministério Público de Goiás pediu a investigação da morte do adolescente Thalisson Ferreira dos Santos, de 14 anos, mesmo após o policial Josimar Pereira Batista, suspeito do crime, ser encontrado morto. O MP pediu ainda que a morte do policial civil também seja investigada.
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O documento, divulgado na última quarta-feira (9), diz que a defesa de Josimar declarou a morte dele no processo e isso conduz à extinção da punibilidade dele em relação à morte do adolescente.
A defesa de Josimar disse ao g1 que com o falecimento dele extingue-se a punibilidade e assim, o vínculo entre advogado e cliente também foi extinto e eles não atuam mais no caso.
O g1 entrou em contato com a Polícia Militar e também com a Polícia Civil para se posicionar até a última atualização desta reportagem.
O g1 não conseguiu localizar a defesa de Josemar Pereira Batista para se posicionar até a última atualização desta reportagem.
O laudo de exame cadavérico de Josimar mostrou que sua morte se deu por enforcamento, em que a causa foi por asfixia mecânica, ou seja, segundo a Justiça, essa conclusão mostra que é sempre homicida, sendo impossível a forma suicida ou acidental.
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Apesar da morte do policial, o MP disse que os elementos colhidos permitem concluir a necessidade de investigação quanto ao irmão do policial civil, o policial militar Josmar Pereira Batista, que prestou auxílio a Josimar na ocultação da causa da morte de Thalisson.
Antes da morte de Josimar, no documento em que a Justiça converteu a prisão dele para preventiva é explicada a possível motivação do crime. Segundo um familiar do suspeito, o crime teria ocorrido após Josimar ter sido “vítima de furto”.
Crime
Um vídeo registrado em setembro deste ano, no dia do crime, mostra quando o adolescente é abordado em uma rua antes de ser morto. O momento em que ele foi levado até o hospital também foi gravado (veja acima).
Conforme o documento, Josimar e Josmar foram até a casa do delegado Leonardo Barbosa Sanches, titular da delegacia de Silvânia, antes de se deslocarem para o Hospital Municipal de Silvânia. O documento diz ainda que os policiais alegaram que estavam com um rapaz ferido no porta-malas do carro e que, supostamente, ele havia sido encontrado em uma estrada vicinal, sem movimento. O adolescente estava com o rosto coberto com um tapete.
Josimar e Josmar deixaram Thalisson no hospital e em seguida, foram embora. O delegado Leonardo apurou que a vítima já estava morta quando chegou no hospital e entrou em contato com Josimar para questionar se ele se entregaria ou se seria necessário procura-lo.
Josimar foi preso após se entregar voluntariamente. A investigação concluiu que o adolescente foi espancado e asfixiado.
Segundo o MP, as condutas do PM Josmar e do delegado Leonardo devem ser investigadas, mesmo que o indiciado esteja morto.
Conforme o MP, a Corregedoria da Polícia Civil de Goiás deve investigar essas condutas e não a Delegacia de Polícia de Silvânia. O MP pede ainda que seja instaurado um inquérito policial para investigar a morte de Josimar Pereira Batista.
Momento em que o adolescente Talisson Ferreira é abordado por carro em rua de Silvânia, em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
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