Documentário mergulha nas lendas sobre o filme “O Preço da Ilusão”

A vida e obra de Salim Miguel (1924 – 2016) são os temas da homenagem que o II Festival Literário da UFSC, o FLUSC, presta ao escritor catarinense na edição que acontece até esta quarta-feira (16) no Campus da “Federal”, na Trindade.

O autor de “Primeiro de Abril: Narrativas da Cadeia” e “Nur na Escuridão” também será destacado nas telonas, com um documentário produzido por Andrey Santiago e com previsão de lançamento para o ano que vem.

Cartaz original do filme, um marco do cinema catarinense – Foto: Divulgação

Mas Santiago se debruça sobre uma outra história pitoresca do vasto legado de Salim Miguel: a sua atuação no cinema. Mais precisamente sobre a obra “O Preço da Ilusão”, o primeiro longa-metragem catarinense, considerado o marco zero do cinema no Estado e um dos seus maiores fiascos.

“O Preço da Ilusão” foi rodado em 1957, com direção de Nilton Nascimento, produção de Armando Carreirão e roteiro escrito por Salim, Eglê Malheiros (sua companheira de vida) e Emanoel Santos. O desafio de pôr na tela o primeiro longa-metragem de Santa Catarina partiu do grupo modernista Sul, da qual Salim, Eglê, Carreirão e tantos outros eram signatários.

A estreia foi em 1958, em uma ocasião em que a cidade literalmente parou e a fila de expectadores dava volta na quadra do local onde foi a primeira exibição. Só que o resultado após acender as luzes não foi dos mais esperados. O filme continha uma série de problemas de edição, corte, continuidade que tornaram a exibição desconfortante e confusa. Na avaliação do público e da crítica da época foi um “fiasco”.

Além disso, houve também o fato de que a cópia original do filme simplesmente sumiu, restando apenas um trecho de pouco mais de sete minutos encontrado nos arquivos da Cinemateca de São Paulo, pelo próprio Salim Miguel, no início dos anos 1980.

Assista ao único trecho “sobrevivente” de “O Preço da Ilusão”

Em 2008, o cineasta Marco Stroisch lançou o curta-metragem “Desilusão” baseado no argumento inicial da obra escrita por Salim Miguel. A produção está envolta em tantas lendas que até samba-enredo do Carnaval em Floripa inspirou.

Agora é um estudante do Curso de Cinema da UFSC que está mergulhado nessa epopeia sobre “O Preço da Ilusão”. A produção é o seu Trabalho de Conclusão de Curso e conta com o apoio especialmente dos filhos de Salim e Eglê Malheiros. O “doc” de Andrey Santiago promete uma investigação profunda sobre a produção e o impacto do filme.

Se você tem alguma história interessante sobre “O Preço da Ilusão”, então ajude o documentário!

Santiago coletou memórias e relatos de quem acompanhou de perto o processo de realização do primeiro longa catarinense. O documentário tem previsão de lançamento para 2025 e contará com entrevistas de familiares de Salim Miguel, além de outros envolvidos na produção e pesquisa da obra.

O idealizador do projeto continua buscando pessoas que participaram do filme, tiveram algum contato com produção ou assistiram à obra. Aqueles que se encaixarem no perfil, podem acessar e enviar seus relatos e sugestões para o formulário online que Andrey Santiago disponibilizou na rede.

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