SP tem quase 14 mil pedidos de poda de árvores pendentes em 2024; fila se concentra na periferia


Prefeito Ricardo Nunes afirma que 6 mil ordens de serviço estão paradas na cidade por dependerem da Enel para fazer poda ou remoção de árvores.
A capital paulista tem uma fila de 13,9 mil pedidos de poda ou remoção de árvores pendentes. No total, 46,7 mil solicitações foram registradas pelo telefone ou aplicativo do serviço 156, o canal oficial de atendimento da Prefeitura de São Paulo. Os dados abertos são do 1° semestre deste ano e estão disponíveis na plataforma da administração municipal.
A queda de árvores foi um dos principais fatores que levou ao apagão em São Paulo. Segundo a gestão Ricardo Nunes (MDB), candidato à reeleição, desde a noite de sexta-feira (11) foram registradas 386 ocorrências de queda de árvores e galhos. Até esta segunda-feira (14), somente 40% das remoções foram resolvidas. Nunes responsabilizou a Enel pelos milhares de paulistanos sem luz. (Leia mais abaixo)
Os distritos com maior número de solicitações de poda ou remoção de árvores pendentes estão localizados principalmente na periferia. Confira os bairros com maior fila de espera:
Itaquera: 572
Pirituba: 476
Cidade Líder: 416
Perdizes: 400
Lapa: 394
Vila Curuçá: 379
São Domingos: 347
Jardim São Luis: 342
Jaraguá: 337
Itaim Paulista: 331
Segundo os dados do serviço 156 da prefeitura, a Zona Leste é a região com maior número de pedidos abertos, com 4.254 — o equivalente a 30,8%.
Em segunda lugar, está a Zona Norte (25,2%) e, em seguida, a Zona Sul (25,2%) — uma das mais afetadas pelo apagão. Já a Zona Oeste concentra 15,8% das solicitações pendentes, e o Centro, apenas 2,1%.
Supermercado sem energia por volta das 10h40 no apagão elétrico em Boa Vista
Valéria Oliveira/g1
Em agenda nesta segunda, Nunes disse que 6.000 ordens de serviço estão paradas na cidade por dependerem da Enel para fazer a poda ou a remoção de árvores. “Quando você tem eventos de aproximadamente 100 km/h, independente da questão de poda ou não, essa árvore está suscetível a queda ou qualquer outro equipamento […] quando essa árvore está em contato com a energia elétrica, é necessário fazer o desligamento da energia para fazer aquele trabalho”, explicou.
Entretanto, no total, há 13,9 mil pedidos de poda de árvores pendentes em toda a capital. Procurada, a gestão municipal não explicou ao g1 o motivo pelo qual as outras 7,9 mil solicitações não foram atendidas até agora.
“O trabalho de zeladoria continua na cidade e já são, até início de outubro deste ano, 132.809 árvores retiradas e podadas (incluindo sábado, domingo e feriados). A Prefeitura ainda aguarda o desligamento de energia por parte da Enel para promover ação de podas em 75 árvores na cidade”, informou a prefeitura.
Responsabilidade da Enel
Após o temporal que deixou mais de 2,1 milhões de imóveis sem energia elétrica na capital e região metropolitana, Nunes responsabilizou a concessionária Enel pelo caos na capital.
“Essas questões [da falta da energia] foram ocasionadas por problemas em 17 estações da Enel, que, inclusive, não ficam na cidade de São Paulo. Foram atingidos aqueles linhões por onde passam a energia que não ficam na cidade”, afirmou o prefeito.
Sobre as árvores 386 que caíram na capital durante o temporal, o emedebista disse que eram “árvores sádias” e que vieram abaixo em razão dos fortes ventos que atingiram a capital.
“Quando você tem ventos de 89 km por hora, você vai observar que são árvores sadias que foram acometidas por essa queda por conta dos fortes ventos. O que a gente precisa ter é o que a gente tem hoje: um plano de contingência. Equipe preparada. Nós temos a nossa equipe, reforçamos a equipe dos bombeiros com a operação delegado, equipamentos e carros. Foi feito no último ano mais de 600 mil cortes e podas de árvores. É continuar dando a manutenção para que a gente possa minimizar”, declarou Nunes.
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Força-tarefa
O ministro de Minas e Energia Alexandre Silveira afirmou que concessionárias do país farão uma força-tarefa para que a concessionária Enel consiga restabelecer a energia elétrica. Pelo menos 338 mil imóveis permanecem no escuro até às 18h30 desta segunda-feira (14).
A afirmação ocorreu durante entrevista coletiva na sede da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, em São Paulo (SP).
“Somados às distribuidoras CPFL, Enel, EDP, ISA CTEEP, Eletrobras, Light, Energisa, que estão aqui hoje, nós estamos ampliando de 1.400 [funcionários da Enel] para 2.900 profissionais, além de mais de 200 caminhões para apoiar essas equipes, fora os caminhões de própria Enel, e mais de 50 equipamentos”, afirmou.
Durante a coletiva, o ministro criticou o fato de a Enel não dar previsão de restabelecimento de energia para os moradores. Silveira disse que a empresa “beirou a burrice” ao se modernizar e reduzir sua mão de obra e fez duras críticas ao prefeito o acusando de divulgar fake news em relação ao contrato com a Enel e cobrou por mais planejamento urbano.
“Quando a Enel disse que não tinha previsão de entrega dos serviços à população, eu disse que ela cometeu um grave erro de comunicação, um grave erro de seu compromisso contratual com a sociedade de São Paulo de não dar uma previsão objetiva. Eu disse pra ela [Enel] que ela tem os próximos três dias pra resolver os problemas de maior volume.”
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