Servidor da Assembleia Legislativa é preso suspeito de se passar por despachante para regularizar situação de motoristas com IPVA e multas atrasados


Segundo a Polícia Civil, as vítimas pagavam o suspeito para ajudá-las a quitar algum débito no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) Goiás. Suspeito ficou em silêncio durante interrogatório. Funcionário da Assembleia Legislativa é preso suspeito de aplicar golpes em Goiânia
Um servidor comissionado de 37 anos foi preso suspeito de se passar por despachante e causar um prejuízo de R$ 50 mil às vítimas, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, as vítimas pagavam o suspeito para ajudá-las a quitar algum débito no Departamento Estadual de Trânsito (Detran) Goiás.
“Algumas vítimas nos procuraram, nós fizemos o levantamento, identificamos quem era o autor, percebemos junto aos sindicatos despachantes que ele não era credenciado junto ao Detran, então a atividade dele é ilícita e criminosa”, disse o delegado Fernando Martins.
O g1 não conseguiu localizar a defesa do suspeito para que se posicionasse até a última atualização desta reportagem. À polícia, ele ficou em silêncio durante o interrogatório.
A Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) disse que, no início da tarde desta segunda-feira (14), o servidor Felipe Alexsandro Evangelista foi exonerado de suas funções após ser preso pela Polícia Civil de Goiás.
Felipe Alexsandro estava no gabinete do deputado estadual Wagner Neto há três meses, foi contratado após a apresentação de todas as certidões negativas exigidas no ato da posse. A Alego disse ainda que com base nas informações de registros oficiais disponíveis, não era possível avaliar a índole do indivíduo. A Presidência da Assembleia Legislativa ressaltou seu compromisso com a transparência e a ética no serviço público e disse que aguarda o processo das investigações do caso.
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A Operação Farsante foi realizada pela 20ª Delegacia Distrital de Polícia de Goiânia/1ª DRP e apurou que o suspeito praticava o crime desde 2021. Ele pode responder por estelionato consumado, a pena varia de 1 a 5 anos, mas pode ser prolongada por conta da quantidade de vítimas.
“Ele engana as vítimas, conseguia o dinheiro e depois sumia. Conseguimos constatar mais de 10 números telefônicos ligados ao suspeito. Ele conversava com as vítimas por telefone e também pelo WhatsApp”, disse o delegado.
Conforme a PC, o suspeito falava sobre seu cargo público para enganar as vítimas e assim conseguir arrecadar dinheiro deles com mais facilidade. Ele dizia que conseguia quitar débitos de multas, IPVA e outros, mas na verdade, ele se apropriava ilicitamente dos valores recebidos e não intermediava nenhuma quitação no Detran.
Vítimas
Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, teve um prejuízo de R$ 12 mil. À TV Anhanguera, ela contou que só soube do golpe quando decidiu trocar de carro e percebeu que as multas, e os pontos ainda constavam no sistema.
“Na época, ele me cobrou R$ 1,5 mil. Ele viu que tinha uma multa de velocidade, daquelas de rodovia, que você passa a 60, eu passei 66. Ele falou: ‘Essa de rodovia é GO. O pessoal cobra mais de R$ 200’, daí eu falei, não, tudo bem, vai tirar, né? Quando chegou na época de pagar a multa vi que ela ainda estava lá”, disse uma vítima.
Segundo a polícia, ele chegou a mostrar um documento falso mostrando que a dívida estava quitada. A polícia estima que ele causou um prejuízo de cerca de R$ 50 mil a quatro vítimas. Ele já responde por falsificação de documentos para transferência de veículos. A divulgação da imagem do investigado foi autorizada para tentar identificar possíveis novas vítimas.
Servidor comissionado é preso suspeito de se passar por despachante e causar prejuízos de R$ 50 mil às vítimas, em Goiânia, Goiás
Reprodução/Polícia Civil
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