‘Tática de enfrentar o Lula com um candidato único é diferente da tática de enfrentar o Lula com vários candidatos’, avalia Thomas Traumann

Para o jornalista Thomas Traumann, diferente de outros anos, a eleição de 2026 para presidente começa agora, após o primeiro turno do pleito municipal de 2024 para prefeitos e vereadores. Diferente de outros anos, a eleição de 2026 para presidente começa agora, após o primeiro turno do pleito municipal de 2024 para prefeitos e vereadores. Quem explica isso é o jornalista Thomas Traumann em conversa com Natuza Nery para episódio O Assunto desta terça-feira (8).
Segundo ele, eleições municipais servem para que as pessoas discutam tarifas de transporte público, IPTU, posto de saúde e etc. — temas normais do dia a dia do cidadão. Para Traumann, entretanto, o pleito municipal de 2024 deu vários simbolismos sobre o que estamos vivendo e o que devemos viver até 2026.
Ele lista, principalmente, que a chamada direita tradicional (ou direita conservadora) — simbolizado por nomes como os governadores Tarcísio de Freitas (SP), Romeu Zema (MG) Ronald Caiado (GO), por exemplo —, não controla todo o antipetismo.
“Um parte, um parcela muito grande das pessoas que não gostam do Lula, também não querem ter um candidato, vamos dizer, ‘normal’. [Querem] Um candidato radical, um candidato antissistema, um candidato mais parecido com o Bolsonaro de 2018, ou o Javier Milei. Um candidato que é contra tudo e contra todos.”
E aí quem entra? Nomes, por exemplo, como o de Pablo Marçal, que ficou em terceiro lugar na disputa em São Paulo, contra Ricardo Nunes, oficialmente apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pelo próprio Tarcísio.
“Havia um acordo cavalheiros entre esses pré-candidatos. Você não ouviu o Caiado falando mal do Tarcísio, nem o Tarcísio falando mal do Ratinho, e nenhum deles falando mal do Zema. Havia uma questão meio que clara de que a gente tem que ir junto para ver quem vai estra mais forte contra o Lula.”
Mas, na opinião de Traumann, essa eleição mostrou que para ocupar diferentes espaços, eles precisam de candidatos múltiplos.
“O que eu quero dizer é que é uma situação diferente. Até pouco tempo atrás, meio que parecia, eu acho que havia um acordo de cavaleiros. […] Você não viu o Caiado falando mal do Tarcísio nem Tarciso manual do Ratinho e nenhum deles falando mal do Zema.”
E isso, na avaliação de Traumann, não é algo de agora, que aconteceu somente em São Paulo por causa do candidato Pablo Marçal, que ficou em terceiro lugar e tinha apoio de parcela do eleitorado da direita. Para ele, fica claro que Tarcísio é um provável candidato, mas sem um controle total da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Você tem uma situação, uma situação diferente aqui, que é que essa eleição chacoalhou e eu acho que esse abalo, a gente vai assistir, vai falar muito dele nesses próximos dois anos.”
“Porque a tática vira diferente. A tática de enfrentar o Lula com um candidato único é diferente da tática de enfrentar o Lula com vários candidatos.”
Ouça a íntegra do episódio aqui.
Os puxadores de voto da direita

Adicionar aos favoritos o Link permanente.