Por que as Mulheres Vivem Mais que os Homens?

Em todo o mundo, as mulheres tendem a viver mais do que os homens, um fenômeno observado em diversas culturas e contextos socioeconômicos. Nos Estados Unidos, por exemplo, a expectativa de vida feminina é de aproximadamente 80 anos, enquanto a masculina é de cerca de 75 anos. No Brasil, dados do IBGE indicam que as mulheres vivem em média 79,7 anos, em comparação com 73,1 anos para os homens. Este padrão de longevidade não se limita aos seres humanos, mas também se aplica a muitos outros mamíferos.

Embora as mulheres vivam mais, isso não significa necessariamente que elas vivam melhor. Estudos indicam que elas têm uma duração de vida saudável menor do que os homens, enfrentando mais problemas de saúde na velhice. Após a menopausa, as mulheres se tornam mais suscetíveis a doenças cardiovasculares e Alzheimer, condições para as quais a idade é um fator de risco significativo. Cientistas estão investigando as razões dessas diferenças de envelhecimento, buscando formas de aumentar tanto a expectativa de vida quanto a qualidade de vida saudável para ambos os sexos.

Qual o Papel da Genética na Longevidade?

Pesquisas sugerem que os cromossomos sexuais femininos, especificamente o par XX, podem influenciar a longevidade. Um estudo de 2018 com camundongos modificados geneticamente revelou que aqueles com dois cromossomos X viveram mais tempo. A presença de um segundo cromossomo X parece oferecer uma proteção adicional, mesmo em camundongos com testículos. Embora esses resultados ainda não tenham sido confirmados em humanos, a similaridade nos sistemas reprodutivos e hormonais sugere que efeitos semelhantes possam ocorrer.

Além disso, fatores epigenéticos, como o ambiente e o estilo de vida, também desempenham um papel na longevidade. Elementos como o clima e o estresse crônico podem influenciar quais genes são expressos, potencialmente ampliando ou reduzindo as diferenças de longevidade entre os sexos. Esses fatores são objeto de estudo por cientistas que buscam entender como eles afetam a saúde e a expectativa de vida.

Como os Hormônios Influenciam a Longevidade?

Os hormônios sexuais, como o estrogênio, têm um impacto significativo na longevidade, especialmente no sistema imunológico. Antes da menopausa, o sistema imunológico feminino tende a ser mais robusto, o que pode contribuir para uma maior expectativa de vida. Após a menopausa, a queda nos níveis de estrogênio enfraquece o sistema imunológico, tornando as mulheres mais vulneráveis a doenças que eram menos comuns antes dessa fase.

Uma análise de 2017 mostrou que mulheres que passaram pela menopausa mais tarde viveram mais do que aquelas que a experimentaram mais cedo. Isso sugere que o estrogênio desempenha um papel crucial na manutenção da saúde ao longo da vida. Além disso, os homens têm maior probabilidade de morrer de infecções e sepse, o que pode encurtar sua vida útil.

Estilo de Vida e Comportamento: Fatores Decisivos?

Os comportamentos e o estilo de vida também são fundamentais para explicar a diferença na longevidade entre homens e mulheres. As mulheres tendem a adotar hábitos mais saudáveis, como evitar o consumo excessivo de álcool e tabaco, e são mais propensas a realizar check-ups médicos regulares. Além disso, elas geralmente têm redes sociais mais fortes, o que as protege dos efeitos negativos do isolamento social.

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Por outro lado, os homens são mais frequentemente expostos a riscos externos, como violência e condições de trabalho perigosas, que podem impactar negativamente sua expectativa de vida. Durante a pandemia de covid-19, por exemplo, os homens morreram em taxas mais altas, em parte devido à maior exposição ao vírus em certas ocupações.

O Impacto dos Fatores Externos na Longevidade

Questões sociais e ambientais também influenciam a longevidade. Eventos como guerras e violência armada afetam desproporcionalmente os homens. Além disso, durante crises sanitárias, como a pandemia de covid-19, os homens enfrentaram maiores riscos devido a empregos que exigiam presença física e condições de vida mais precárias.

Em última análise, a longevidade é determinada por uma combinação complexa de fatores genéticos, hormonais, comportamentais e ambientais. Embora alguns desses fatores possam ser controlados, como hábitos de saúde e dieta, ainda há muito a ser compreendido sobre como eles interagem para influenciar a expectativa de vida. Pesquisas contínuas são essenciais para desvendar esses mistérios e encontrar maneiras de melhorar a qualidade e a duração da vida para todos.

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