
O ano de 2024 trouxe um cenário alarmante para a segurança digital no Brasil. Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os crimes virtuais superaram em 1,1 milhão os delitos cometidos nas ruas, com um golpe registrado a cada 16 segundos. Esse aumento expressivo evidencia a urgência de medidas eficazes para conter a sofisticação crescente dos criminosos.
Um dos principais desafios é o uso de contas “laranjas”, que dificultam a identificação dos responsáveis. Para combater essa prática, o Congresso analisa propostas como o PL 650/2022, que criminaliza fraudes bancárias, e o PL 2.254/2022, que impõe sanções ao uso dessas contas. O objetivo é tornar o sistema financeiro mais seguro e reduzir a impunidade.
Como os bancos estão reagindo ao aumento das fraudes?
Diante do avanço dos crimes virtuais, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) intensificou ações para punir quem empresta contas para atividades criminosas. Uma das propostas é incluir penalidades na Resolução Conjunta nº 6/2023 do Banco Central, prevendo multas e restrições na abertura de novas contas por até cinco anos.
Além disso, em agosto de 2024, a Febraban e o Ministério da Justiça firmaram um acordo para desenvolver uma Estratégia Nacional de Segurança Financeira. Outra iniciativa importante foi a criação do Selo de Prevenção a Fraudes, que reconhece instituições com boas práticas na prevenção de golpes, incentivando uma maior cooperação entre os bancos.
Como a tecnologia está sendo usada para combater fraudes?
Os investimentos em tecnologia são um dos principais aliados no combate aos crimes virtuais. Em 2024, o setor bancário brasileiro investiu R$ 47,4 bilhões em inovação tecnológica. O Itaú Unibanco, por exemplo, destinou R$ 2,3 bilhões adicionais para aprimorar a segurança digital, desenvolvendo mais de 250 projetos de inteligência artificial.

Essas iniciativas ajudaram a processar mais de 6 bilhões de transações, reduzindo em 40% os valores contestados por fraudes e gerando uma economia de mais de R$ 60 milhões para os clientes. O uso de inteligência artificial e análise de dados tem sido essencial para detectar padrões suspeitos e bloquear transações fraudulentas antes que causem prejuízos.
A importância da conscientização na segurança digital
Apesar dos avanços tecnológicos, a conscientização da população é uma peça-chave na luta contra os crimes virtuais. Muitas fraudes ocorrem devido à falta de conhecimento dos usuários sobre práticas seguras na internet. Por isso, bancos e órgãos públicos vêm promovendo campanhas educativas para alertar sobre golpes comuns e como evitá-los.
Entre as principais recomendações estão:
- Não compartilhar senhas ou códigos de verificação
- Desconfiar de ofertas muito vantajosas ou pedidos urgentes de dinheiro
- Verificar sempre a autenticidade de links antes de clicar
- Utilizar autenticação em dois fatores para proteger contas bancárias e redes sociais
O futuro da segurança digital no Brasil
Com a tendência de crescimento dos crimes virtuais, a combinação de tecnologia, regulamentação e educação se torna essencial para enfrentar essa ameaça. A expectativa para 2025 é que novas estratégias sejam implementadas, reforçando a colaboração entre bancos, poder público e sociedade.
Garantir um ambiente digital mais seguro exige esforços contínuos, tanto por parte das instituições financeiras quanto dos próprios usuários. A segurança digital, mais do que uma necessidade, deve ser vista como uma prioridade para proteger milhões de brasileiros dos riscos cada vez mais sofisticados dos crimes cibernéticos.
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