Bloqueio de nuvens e montanha: as causas do acidente aéreo que matou ex-diretor da Odebrecht e piloto em SC


Perito que fez a investigação falou sobre as conclusões do laudo. Acidente ocorreu no Norte de SC em junho. Vídeo queda de avião com duas mortes em SC
Nuvens e região montanhosa foram fatores que contribuíram para que ocorresse o acidente aéreo que resultou nas mortes de Antônio Augusto de Castro Santos, ex-diretor da Odebrecht, e do piloto, Geraldo Cláudio de Assis Lima em junho. O perito que atuou na investigação falou sobre a conclusão do laudo.
A queda do avião aconteceu entre a tarde e o fim da noite de 3 de junho. Os destroços foram encontrados entre Itapoá e Garuva, no Norte de Santa Catarina, na madrugada do dia seguinte.
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O perito aeronáutico Dionatan Machado enumerou os fatores que contribuíram para o acidente.
“Um bloqueio de nuvens, um voo em região próxima a essas nuvens, uma região muito montanhosa e uma necessidade de arremetida provavelmente são fatores que contribuíram para que a aeronave impactasse contra o morro sem a intenção de pouso”.
Piloto e passageiro morreram na hora. Os dois eram de Minas Gerais, estado de onde partiu a aeronave, que tinha Florianópolis como destino.
No dia 3 de junho, o avião Beechcraft Baron saiu de Governador Valadares às 14h. A previsão era de que o voo até a capital catarinense duraria três horas e meia.
Mas, às 17h40, o piloto solicitou um pouso em Joinville, no Norte de Santa Catarina. Antes de chegar à cidade catarinense, o avião caiu, a cerca de 180 quilômetros do destino Florianópolis.
Geraldo Claudio de Assis Lima e Antônio Augusto Castro morreram em queda de avião em SC
Redes sociais/ Reprodução
Segundo o perito, a mudança planos foi por condições climáticas. A aterrisagem foi autorizada via rádio, mas ao se aproximar da pista, o piloto informou que arremeteria. Tudo indica que, 50 segundos depois, o avião se chocou contra uma montanha.
“O piloto não visualiza a pista e decide arremeter a aproximadamente três minutos da cabeceira 15 de Joinville. Uma vez nessa tentativa de arremetida, nós temos dados que nos indicam que, na sequência, houve um impacto com uma montanha na região de São Francisco do Sul”.
O modelo da aeronave não tinha caixa preta. Por isso, para chegar ao laudo final, a perícia analisou os destroços, além de registros de condições climáticas e das características de voo.
O avião, que pertencia a uma empresa de Belo Horizonte, estava em condições de voo e o piloto, com os documentos em dia.
Após a finalização do laudo, a documentação foi enviada à delegacia de Itapoá, que vai continuar a investigação.
Quem eram as vítimas
Antônio Augusto de Castro Santos era dono de uma construtora na cidade de Governador Valadares e ex-diretor da Odebrecht. De acordo com o advogado Alaor Esteves, irmão de Augusto, o empresário havia firmado um contrato recentemente em Santa Catarina e passou a viajar com mais frequência para o sul do país.
Geraldo Cláudio de Assis Lima, de 66 anos, nasceu em Inhaúma, na Região Central de Minas Gerais e morava em Belo Horizonte. O profissional pilotava há 28 anos e tinha como principal hobby o aeromodelismo, tanto que fazia parte da Associação Mineira de Aeromodelismo (AMA). Ele deixou três filhos e três netos.
Local da queda
O local em que o bimotor caiu é de mata fechada, sem cobertura de internet e próximo a uma ribanceira. Para chegar, os bombeiros precisaram entrar em uma estrada de chão, próximo à SC-416, e andar por cerca de 6 quilômetros em um veículo 4×4.
Na área, os socorristas abriram uma trilha na mata fechada e percorreram cerca de 20 minutos.
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