Vídeo: anta queimada em incêndio recebe curativo de pele de tilápia

A anta resgatada perto de uma área de queimada no Parque Nacional de Brasília passou por um procedimento para tratar as queimaduras nas patas, nesta quarta-feira (25/9). Veterinários da Fundação Jardim Zoológico de Brasília aplicaram pele de tilápia no animal para melhorar a cicatrização dos ferimentos.

Veja imagens do procedimento: 

 

A pele da tilápia ajuda no processo de cicatrização, tampando a ferida. O curativo evita contaminação e perdas líquidas, diminui o número de troca de curativos e, consequentemente, diminui também a dor e o sofrimento do paciente.

O peixe é criado em água doce, de rápida reprodução e por disseminar menos doenças. O curativo de pele de tilápia, por exemplo, pode ser retirado somente no fim do tratamento de uma queimadura de segundo grau. Além disso, o tratamento não requer o uso de analgésicos e anestesias, e o tempo de cicatrização é reduzido entre um e dois dias.

“O objetivo é demorar mais tempo para trocar o curativo para que não tenha que sedar o animal toda dia para trocar curativo. A pele de tilápia é a melhor para cicatrização. Hoje a anta fez exame de raio X ultrassom, cardiológico e aplicação da pele de tilápia. Esse curativo só será trocado semana que vem”, explicou a diretora do Hospital Veterinário do Zoológico de Brasília, Tânia Borges.

Ainda, de acordo com a diretora do hospital do zoo, pelo curativo ser trocado apenas uma vez por semana, o procedimento evita que o animal fique humanizado “e não tenha dificuldade em uma possível reintrodução ao habitat natural”, ressaltou.

Resgate no Parque Nacional

A anta foi resgatada no Parque Nacional de Brasília, na tarde da última quarta-feira (18/9). O animal foi encontrado próximo a uma área de queimada, nas proximidades do Córrego do Bananal.

O jovem macho de 73 kg teve as quatro patas feridas em decorrência de queimaduras.

De acordo com a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), a anta estava muito próximo da área afetada pelo fogo e, por isso, estava vulnerável. Ele precisou ser sedado porque “estava responsivo no momento do resgate”.

Segundo informações da Fundação Jardim Zoológico de Brasília, o animal estava desidratado e inalou fumaça.

Por enquanto, a anta ficará em observação no Hospital Veterinário do Zoológico de Brasília. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é quem vai decidir qual será o destino do animal.

Animais em tratamento

Diariamente, o Hospital Veterinário do Zoológico de Brasília presta assistência não só aos animais que vivem na instituição, mas também aos resgatados e vítimas de atropelamentos, incêndios florestais ou outros crimes ambientais.

O diretor-presidente da Fundação Jardim Zoológico de Brasília, Wallison Couto, explica que há uma parceria com outros órgãos ambientais como o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Brasília Ambiental e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Os animais podem ser direcionados ao Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre (Hfaus) ou ao Zoológico, que possui infraestrutura para atender bichos de grande porte.

“É feita uma avaliação com o Ibama ou a instituição que deixa o animal conosco. Então, há animais que recebemos, são tratados e continuam no Zoo, e há outros que são reintroduzidos na natureza”, esclarece Wallison.

Após receberem tratamento pelas equipes e serem submetidos a exames – ou cirurgias, se necessário –, os animais passam por reabilitação e reintrodução ao habitat natural, quando é possível.

Atualmente, há em torno de 30 animais externos, que não fazem parte do Zoológico, sendo tratados no Hospital Veterinário da instituição. Entre eles, uma fêmea de cachorro-do-mato que chegou mancando, com suspeita de atropelamento. Ela passou por exames, fez raio-X, foi avaliada e tem realizado sessões de acupuntura, cromoterapia e fisioterapia.

Um filhote de onça-parda também é tratado na unidade veterinária do Zoo, encontrado após as equipes constatarem o abandono da mãe. Desidratado, o animal foi colocado no recinto, onde tem recebido alimentação e suplementação, de acordo com indicações da zootecnista.

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