Biden diz que solução diplomática ainda é possível para evitar guerra ainda mais ampla no Oriente Médio após ataques do Hezbollah


Na Assembleia Geral das Nações Unidas, os discursos do presidente dos Estados Unidos e do secretário-geral da ONU abordaram os conflitos no Oriente Médio e a guerra da Ucrânia. Biden diz que solução diplomática ainda é possível para evitar guerra ainda mais ampla no Oriente Médio
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Os discursos do presidente dos Estados Unidos e do secretário-geral da ONU abordaram os conflitos no Oriente Médio e a guerra da Ucrânia.
Os discursos da assembleia começaram com um alerta do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres:
“Nosso mundo está em um redemoinho. O planeta continua esquentando. Guerras avançam sem nenhuma pista de como vão terminar,” afirmou.
Guterres disse que a Faixa de Gaza está em um pesadelo sem fim que ameaça afetar toda a região. O secretário-geral citou a situação do Líbano, palco de confronto entre o Exército israelense e os extremistas do Hezbollah – que apoiam o Hamas.
“O povo do Líbano, o povo de Israel e o povo do mundo não podem permitir que o Líbano se torne outra Gaza”, afirmou Guterres.
Guterres completou:
“Nada pode justificar os atos horríveis de terrorismo cometidos pelo Hamas em 7 de outubro ou a captura dos reféns, e nada pode justificar as punições coletivas do povo palestino, a velocidade e o tamanho delas”.
Secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres
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Ele defendeu um cessar-fogo imediato, com libertação dos reféns pelo Hamas e o começo de um processo irreversível rumo à solução de dois estados – um palestino e um israelense.
Ao falar da crise climática, Guterres pediu que os países do G20 – grupo das maiores economias do mundo que se reunirá em Belém, em novembro – façam a transição energética.
Joe Biden chegou à Assembleia Geral enquanto Lula ainda discursava. Em seu último discurso como presidente dos Estados Unidos, Biden disse que o russo Vladimir Putin tentou destruir a Ucrânia, mas não conseguiu.
Biden também condenou os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023 e pediu a conclusão de um acordo de cessar-fogo e de libertação dos reféns para pôr fim ao conflito. Joe Biden disse uma solução diplomática ainda é possível para evitar uma guerra ainda mais ampla no Oriente Médio após os ataques do Hezbollah.
“Vamos também abordar o aumento da violência contra palestinos inocentes na Faixa de Gaza e criar as condições para um futuro melhor, incluindo uma solução de dois Estados, em que Israel tenha paz, segurança, reconhecimento total e relações normalizadas, e que os palestinos vivam em segurança, autodeterminação e um estado próprio”.
E concluiu com uma citação de Nelson Mandela, ex-presidente sul-africano que liderou a luta contra o apartheid:
“Sempre parece impossível até que seja feito”.
Os debates continuam todos os dias, até segunda-feira (30). O primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, que não tinha viagem programada para Nova York, decidiu ir para lá depois dos confrontos entre Israel e o grupo extremista Hezbollah. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, discursa na quinta-feira (26).
Os países envolvidos nas guerras tentam aproveitar a presença dos líderes mundiais na Assembleia Geral para mobilizar também o Conselho de Segurança da ONU. Nesta terça-feira (24), o conselho recebeu o presidente da Ucrânia para discutir a situação no país, invadido pela Rússia em fevereiro de 2022. Volodymyr Zelensky afirmou que a Rússia tem que ser forçada à paz. Ele pediu uma cúpula para acabar com a guerra e convidou a China, o Brasil. Ele disse:
“Temos toda a força necessária para alcançar a paz. O que é necessário é determinação”, afirmou.
Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky
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O Conselho de Segurança se reúne de novo nesta quarta-feira. Desta vez, para tratar da situação no Líbano. Foi um pedido da França, um dos membros permanentes do Conselho.
Assembleia Geral das Nações Unidas
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