Dono da Esportes da Sorte investigado na Operação Integration sai da prisão no Grande Recife; VÍDEO


Darwin Henrique da Silva Filho estava preso desde 5 de setembro. Assim como o cantor Gusttavo Lima e a influenciadora Deolane Bezerra, o empresário e a esposa estão entre os alvos da Operação Integration, que investiga esquema de lavagem de dinheiro e jogos ilegais. Dono da Esportes da Sorte deixa presídio no Grande Recife
Dono da casa de apostas Esportes da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho deixou, na tarde desta terça-feira (24), a cadeia onde estava preso desde 5 de setembro, quando se apresentou à polícia com a esposa, Maria Eduarda Filizola (veja vídeo acima). O casal está entre os alvos da Operação Integration, que também investiga a influenciadora Deolane Bezerra; a mãe dela, Solange Bezerra; e o cantor Gusttavo Lima.
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Por volta das 14h, o empresário saiu do Centro de Observação Criminológica e Triagem Professor Everardo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife, após a Justiça conceder um habeas corpus para ele e outros 17 investigados. Eles são suspeitos de participar de um suposto esquema de lavagem de dinheiro proveniente de jogos ilegais.
Darwin Henrique da Silva Filho é dono da Esportes da Sorte
Reprodução/Instagram
Entre os beneficiados pela decisão judicial, também estão Deolane e Solange Bezerra. A influenciadora deixou o presídio de Buíque, no Agreste de Pernambuco, na tarde desta terça. A mãe dela também saiu da Colônia Penal Feminina, no bairro da Iputinga, na Zona Oeste do Recife.
O habeas corpus foi concedido pelo desembargador Eduardo Guilliod Maranhão, relator do caso. Na decisão, o magistrado determinou que os investigados:
não podem mudar de endereço sem prévia autorização judicial;
não podem se ausentar da comarca onde reside, sem prévia autorização judicial;
não podem praticar outra infração penal dolosa;
devem comparecer em até 24 horas, pessoalmente, no Juízo da 12ª Vara Criminal da Capital, para assinatura de Termo de Compromisso, para tomar ciência de todas as cautelares e informar endereço atualizado;
não podem frequentar qualquer empresa que esteja relacionada à investigação da Operação Integration ou participar de qualquer tipo de decisão sobre a atividade econômica empresas que façam parte da investigação
não podem fazer publicidade ou citar qualquer plataforma de jogos.
Antes de se apresentar à polícia, no início de setembro, Darwin Henrique da Silva Filho divulgou uma carta aberta. No texto, o empresário disse que foi surpreendido com o mandado de prisão preventiva (“surpreso com a ausência de motivos”), mas estava com a consciência tranquila por ter confiança na Justiça. Além disso, ele defendeu a regulamentação de jogos online e apostas esportivas no Brasil.
Inquérito concluído e novas decisões
O inquérito policial da Operação Integration foi concluído na semana passada pela Polícia Civil e enviado ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Dois dias depois, o MPPE resolveu devolver o inquérito para a polícia, pedindo novas diligências. A instituição também recomendou a substituição das prisões preventivas por “outras medidas cautelares”.
Na segunda-feira (23), o desembargador Eduardo Guilliod mandou soltar Deolane, Solange e outros 16 alvos da operação após acatar um pedido de habeas corpus feito pela defesa de Darwin Henrique da Silva Filho, dono da Esportes da Sorte, uma das “bets” investigadas na operação.
Além do empresário, a medida contemplou o casal José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henriques Rocha, donos da empresa Vai de Bet. Segundo as investigações, eles viajaram com o cantor Gusttavo Lima — outro alvo da operação — para a Grécia no início deste mês, poucos dias depois que a operação foi deflagrada.
Cronologia do caso
Em julho deste ano, Deolane Bezerra abriu uma empresa de apostas, Zeroumbet, com capital de R$ 30 milhões.
Em 4 de setembro, a empresária e influenciadora digital foi presa na Operação Integration, deflagrada contra uma quadrilha suspeita de movimentar cerca de R$ 3 bilhões num esquema de lavagem de dinheiro de jogos de azar.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 20 milhões de Deolane e de R$ 14 milhões da empresa dela por lavagem de dinheiro. Na delegacia, a influenciadora afirmou que sua renda mensal é de R$ 1,5 milhão.
Além de Deolane Bezerra, foram presas mais de 10 pessoas suspeitas de integrar o esquema, incluindo o empresário Darwin Henrique da Silva Filho, dono da casa de apostas Esportes da Sorte, e a esposa dele, Maria Eduarda Filizola.
Em depoimento após ser presa, Deolane confirmou que comprou um carro de luxo de Darwin, um Lamborghini Urus S, por R$ 3,85 milhões.
Segundo a Polícia Civil, os pagamentos à vista pela compra e pela venda de carros de luxo feitas pela empresa e pelo empresário geraram indícios de que houve “lavagem de dinheiro proveniente do jogo do bicho e de apostas esportivas”.
Ainda no dia 4, após a prisão, Deolane escreveu uma carta, publicada no Instagram, dizendo que está sofrendo “uma grande injustiça”, que ela e a família são vítimas de preconceito e lamentou a prisão da mãe.
Segundo a Polícia Civil de Pernambuco, a Justiça decretou o sequestro de bens de vários alvos, incluindo aeronaves e carros de luxo, e o bloqueio de ativos financeiros no valor de R$ 2,1 bilhões. Ao todo, a polícia solicitou que R$ 3 bilhões fossem bloqueados.
No dia 9 de setembro, Deolane deixou a cadeia no Recife, após ser beneficiada com um habeas corpus. Ela ficaria em prisão domiciliar e teria que usar tornozeleira eletrônica.
Antes mesmo de entrar no carro para ir embora, Deolane falou com a imprensa na frente do presídio: “Foi uma prisão criminosa, cheia de abuso de autoridade por parte do delegado. […] Eu não posso falar sobre o processo. Eu fui calada”.
Na noite de 9 de setembro, uma nova carta escrita por Deolane foi publicada no Instagram. “Agradeço imensamente o carinho e o apoio de todos, tenham certeza que não irão se arrepender, afirmo com todo o respeito que tenho por vocês, sou inocente e não há uma prova sequer”, disse no trecho final do manuscrito.
No dia 10 de setembro, Deolane teve a prisão domiciliar revogada, após o descumprimento das medidas cautelares para sua liberação, e seguiu para o presídio em Buíque, no Agreste de Pernambuco.
No dia 11 de setembro, o Tribunal de Justiça de Pernambuco negou outro pedido de habeas corpus feito pela defesa de Deolane. O juiz alegou, entre outros motivos, “financiamento de manifestantes [para protestar contra a prisão dela] por iniciativa de familiares”.
No dia 18 de setembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou mais um pedido de liberdade da defesa de Deolane.
No mesmo dia, a Polícia Civil informou que concluiu o inquérito da Operação Integration, encaminhando o caso ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE);
Na sexta-feira (20), sob a alegação de “esclarecer os fatos sob investigação”, o MPPE pediu novas diligências à Polícia Civil e recomendou substituir as prisões preventivas já decretadas por outras medidas cautelares.
Na segunda-feira (23), a 12ª Vara Criminal do Recife decretou a prisão do cantor Gusttavo Lima e do empresário Bóris Maciel Padilha também por suspeita de participação no esquema.
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