Sequestro de empresário de Curitiba foi motivado por auditoria para apurar desvio de dinheiro, diz advogado


Polícia Civil investiga se há relação entre os casos. Empresário foi resgatado em Santa Catarina. Defesa de suspeita diz que acusação é leviana e que não há provas. Auditor de empresa é baleado em Curitiba
O advogado do empresário de Curitiba sequestrado por uma funcionária afirma que o crime foi motivado por uma auditoria contradada pelo homem para apurar suspeita de desvio de dinheiro na empresa.
✅ Siga o canal do g1 PR no WhatsApp
✅ Siga o canal do g1 PR no Telegram
Segundo o advogado Jeffrey Chiquini, o empresário contratou um auditor para apurar possíveis desvios do caixa do estabelecimento. Em junho, o auditor chegou a ser alvo de uma tentativa de homicídio na frente da empresa.
Câmeras de segurança registraram o crime. Nas imagens é possível ver que o auditor chega de moto na empresa. Um homem atravessa a rua e dispara contra ele, que cai no chão. Assista ao vídeo acima.
A tentativa de assassinato aconteceu porque o auditor “estava chegando” aos suspeitos do desvio do dinheiro, conforme o advogado. Chiquini diz ainda que os desvios aconteciam há quase três anos.
Depois da situação, segundo o advogado, um novo auditor foi contratado.
“Visando, então, colocar fim a tudo isso, armam o sequestro desse empresário, para transferência daquele valor que estava na conta bancária, a finalidade era matá-lo. A nossa missão agora é linkar os dois casos, a tentativa de homicídio do auditor e o sequestro do empresário: é tudo uma coisa só, tudo começa quando se contrata um auditor”, defende o advogado.
A Polícia Civil diz que apura se há relação entre os casos e afirma que as investigações continuam.
Igor Ogar, responsável pela defesa da funcionária Liziane da Silva Ferreira, suspeita de ser mentora do crime, disse que a acusação é “leviana” e busca “distrair e disfarçar situações gravíssimas que logo serão trazidas a público”.
“Não existe qualquer prova material ou documental que sustente a relação de minhas constituintes nesta tentativa de homicídio, até por que sequer as mesmas respondem oficialmente por este crime”, afirma Ogar.
LEIA TAMBÉM:
Luto: ‘Se foi fazendo o que amava’, diz familiares de atleta que morreu em acidente de ônibus
Emprego: Consórcio Intermunicipal de Saúde do Paraná abre concurso público; veja como se inscrever
Sua saúde: Por que achamos alimentos fritos tão gostosos? Consumo equilibrado é o segredo, orienta nutricionista
Polícia investiga participação de outras pessoas ligadas à empresa
Segundo Chiquini, outra funcionária, que ocupava uma função de gerência, também tem participação no sequestro.
De acordo com o advogado, a mulher pediu demissão na última sexta-feira (20). Ele defende que ela teria fornecido aos outros suspeitos informações sobre aplicações financeiras da empresa.
A RPC apurou que a polícia investiga a participação de outras pessoas ligadas à empresa.
O sequestro
De acordo com as investigações, o grupo provocou uma batida e sequestrou a vítima. Após o acidente, o homem foi forçado a entrar no próprio veículo e foi levado pelos criminosos. Horas depois, o carro foi encontrado incendiado.
O momento do sequestro foi flagrado por câmeras de segurança. Nas imagens é possível ver que o veículo do empresário para após esbarrar em outro carro. Depois, os suspeitos saem do carro, forçam o homem a entrar no próprio veículo e ele é levado pelos criminosos. Assista ao vídeo:
Vídeo mostra momento em que empresário é sequestrado em Curitiba
O empresário foi resgatado no dia seguinte, em Monte Castelo, Santa Catarina, após os suspeitos serem perseguidos pela polícia
Enquanto esteve sob o domínio dos suspeitos, o empresário foi forçado a transferir dinheiro da conta bancária. Eles pediram cerca de R$ 3 milhões.
O plano não se concretizou porque o gerente do banco, ao perceber o valor que seria transferido, desconfiou e acionou a polícia.
De acordo com a Polícia Civil, Liziane da Silva Ferreira, de 38 anos, contratou o sobrinho e amigos dele para auxiliar no crime. Os suspeitos começaram a monitorar a vítima pelo menos 14 dias antes do crime.
Além de Liziane, outras quatro pessoas foram presas suspeitas de envolvimento no crime, entre elas o sobrinho da funcionária. Ela foi solta no domingo (22) e os outros suspeitos permanecem detidos.
O marido dela também foi conduzido a delegacia, onde foi ouvido e liberado. Conforme a polícia, ele deu informações sobre a participação dos outros suspeitos.
Carro do empresário foi encontrado incendiado
RPC
VÍDEOS: Mais assistidos do g1 Paraná
Leia mais notícias no g1 Paraná.
Adicionar aos favoritos o Link permanente.