Árbitro mineiro agredido durante partida de futebol no interior de SP diz que não havia segurança: ‘Podiam ter nos massacrado’


Jogo de futebol realizado em Tambaú (SP) terminou em pancadaria e agressões contra trio de arbitragem. O árbitro de Poços de Caldas (MG), Odeir José Estevam, que foi um dos agredidos durante uma partida de futebol amador em Tambaú (SP), no interior de São Paulo, disse nesta segunda-feira (23) que não existia nenhum tipo de segurança no evento que terminou em pancadaria e agressões contra o quarteto de arbitragem.
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“No profissional, não existe um jogo sem policiamento. Num profissional, não existe um jogo sem uma ambulância, se sair aquela ambulância do campo tem que vir outra. Se algum jogador ou algum alguém da torcida precisar ser socorrido e lá o que aconteceu, não tinha. A gente não sabia que não tinha, mas não tinha. Não tinha ambulância e não tinha segurança, nem privada e nem pública. Então, assim a gente ficou vulnerável a uma multidão de pessoas que poderiam ter nos massacrado”, disse o árbitro.
Árbitro mineiro agredido durante partida de futebol (À direita) no interior de SP diz que não havia segurança
Reprodução EPTV
A equipe de arbitragem de Poços de Caldas (MG) foi agredida enquanto trabalhava no Campeonato Amador Municipal de Tambaú. A partida era entre Juventude e Fut Rap.
“Ambas equipes de comunidades da região, mas com uma rivalidade muito grande. Uma festa muito bonita, com muitos torcedores, acredito que em torno de 4 mil torcedores no estádio. Nesse evento fomos recebidos, mostraram pra gente no vestiário, nos trocamos e fomos conhecer o campo. Chegamos lá, a equipe do FUT Rap já estava no local, na sua repartição, lá na arquibancada e a partir desse momento que foi passado pra gente que entraria a torcida do Fut Rap e depois de 30 ou 40 minutos, aí sim entraria a equipe do Juventude amanhã, tamanha rivalidade na proporção de um evento desse, de uma final”, contou o árbitro.
Aos nove minutos do segundo tempo, o árbitro Odeir Estevão marcou pênalti para o Fut Rap. Jogadores do time adversário foram tirar satisfação com o juiz. No meio da discussão, o goleiro reserva deu o primeiro chute em Odair. Depois, dezenas de jogadores e torcedores que invadiram o campo partem pra cima do juiz e dos bandeirinhas. São vários chutes e socos, inclusive no rosto. Os agressores chegam a rasgar e arrancar a camisa de um dos árbitros.
“Não tem como você se defender. Ou você se protege ou você, é o máximo que você pode fazer é tentar proteger alguma parte do corpo. O Pedro Albino tentou proteger a cabeça e eu só fui gesticulando o braço pra tentar não tomar pancada no rosto. Mesmo assim, tomei algumas pancadas. Uma pessoa me deu uma voadora e caiu no chão. Me chutaram. O Pedro Albino, assim é ruim de ver a cena porque o Pedro Albino, uma pessoa de 62 anos, foi atirada ao chão, rasgaram a camisa desse senhor, agrediram com chute, pontapés, murro na cabeça, certo? Passivo de morrer”, disse o árbitro.
Árbitro mineiro agredido durante partida de futebol no interior de SP diz que não havia segurança
Reprodução / Redes Sociais
Odeir e outro colega tiveram vários ferimentos, principalmente no rosto. Logo após as agressões, eles foram levados a um hospital de Tambaú. Segundo o árbitro, a Polícia Militar esteve no hospital para registrar a ocorrência.
Revendo as agressões, Odeir acredita que faltou à organização pensar na segurança do evento.
“Eu saio de casa todos os dias para ir trabalhar e com a esperança que eu vou voltar pra minha casa todos os dias. O árbitro é a mesma coisa. Eu saio para fora de porta, mas eu deixo a minha esposa, eu deixo meus filhos, eu deixo a minha mãe, eu deixo minhas irmãs, minha família aqui e eles querem que eu volte. E se eu não tivesse voltado por causa de um jogo de futebol?”, concluiu o árbitro.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo informou que a ocorrência foi registrada como lesão corporal. Ainda conforme a secretaria, três pessoas ficaram feridas.
A Prefeitura de Tambaú (SP) informou que o juiz da partida sofreu ferimentos no supercílio e atendido no pronto-socorro municipal. Um boletim de ocorrência foi registrado e tanto a polícia, quanto a comissão organizadora, estão apurando os fatos, para identificar os culpados.
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