Em entrevista ao MG1, Fuad Noman admite erro com creches, diz que vai ampliar coleta seletiva e minimiza reclamações no transporte


Candidato do PSD foi entrevistado ao vivo por Aline Aguiar e Sérgio Marques nesta segunda-feira (23). Aline Aguiar e Sérgio Marques entrevistam Fuad Noman (PSD) no MG1 desta segunda-feira (23)
Leonardo Milagres/ g1
O candidato à Prefeitura de Belo Horizonte pelo PSD, Fuad Noman, disse nesta segunda-feira (23) ao MG1 que pretende ampliar o programa de coleta seletiva para a “grande maioria” dos bairros da cidade.
Ele admitiu que teve problemas de “falta de acompanhamento” das creches conveniadas e falou sobre as trocas de comando na Secretaria Municipal de Educação – foram cinco nomes em dois anos e meio.
Os cinco nomes mais bem colocados na pesquisa Datafolha divulgada em 19 de setembro serão entrevistados ao vivo pelos jornalistas Aline Aguiar e Sérgio Marques durante 30 minutos. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio acompanhado por representantes das candidaturas.
Os outros cinco candidatos da disputa farão entrevistas gravadas, com dois minutos de duração, que serão exibidas no próximo sábado (28) no MG1.
Todas as entrevistas ficarão disponíveis na íntegra no g1.
MG1 entrevista candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte a partir desta segunda-feira
Trabalho infantil
O candidato Fuad Noman, atual prefeito de Belo Horizonte, disse que pretende apresentar em breve um programa de trabalho para reduzir o número de crianças e adolescente trabalhando na cidade. Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 12 mil estavam nessa situação em 2022, um aumento de 35% em comparação com 2019.
“A prefeitura tem um trabalho de proteção dessas crianças. Agora, o acesso a essas crianças é mais difícil. Nós estamos planejando criar áreas de proteção dessas crianças para que elas possam ser levadas para escola, para áreas de diversão, porque é inadmissível crianças trabalharem com essa idade tão tenra. Está sendo feito um estudo”, afirmou o candidato.
Segundo ele, o orçamento necessário para esse programa de trabalho ainda não foi definido.
Proteção ao idoso
Noman foi questionado sobre o envelhecimento da população e falou sobre a proposta do “Casa Idoso Dia”, a criação de um espaço para que as famílias possam deixar os idosos durante o dia, enquanto trabalham. A ideia é promover atividades lúdicas e alimentação para essas pessoas, para que retornem para suas casa ao final do dia.
Falou, também, sobre um projeto em andamento na Câmara Municipal de Belo Horizonte para a criação de uma espécie de “conselho tutear para idosos”, em que equipes ficarão empenhadas em cada uma das regionais para garantir direitos e prevenir golpes ou maus tratos a idosos.
Por fim, também citou um projeto mais amplo, em tramitação na Câmara Municipal, para cuidado de todas as populações marginalizadas.
“Estamos criando a política municipal de cuidado, que vai abrir espaço para crianças e adolescentes com algum tipo de deficiência, mulheres em situação de risco, idoso, comunidade LGBT que está na rua abandonada. Exatamente programas específicos para acolher essas pessoas”, disse Noman.
Coleta seletiva
Fuad Noman disse que, se for reeleito, pretende ampliar a coleta seletiva para “a grande maioria dos bairros de Belo Horizonte”. Atualmente, 90 dos 487 bairros da cidade têm coleta seletiva, e a prefeitura faz a coleta de apenas 3% do total do lixo reciclável.
“Esse é um programa que vamos ampliar gradativamente. […] A prefeitura tem uma situação econômica muito confortável, não deve nada, nós temos capacidade de investir. Quando um projeto é muito importante para a cidade, quando salva vidas, melhora o ambiente, quando protege pessoas, a gente dá menos importância para o orçamento”, falou.
População em situação de rua
Os entrevistadores perguntaram ao candidato à reeleição sobre as políticas públicas sobre população de rua, mais especificamente para os dependentes químicos.
Fuad Noman citou um programa da Prefeitura que criou consultórios volantes, com equipes multidisciplinares de profissionais de saúde, para identificar e atender todas as pessoas em situação de rua com algum tipo de enfermidade. Os maiores desafios, segundo ele, são justamente os dependentes químicos e aqueles com doenças relacionadas a saúde mental.
“Não existe hoje um tratamento para dependência química. Tem uma tentativa de desintoxicação, mas depende muito do desejo das pessoas. […] Eu não posso, não quero e não vou fazer nunca forçar ninguém a nada. Preciso respeitar a dignidade das pessoas e, aliás, tem até uma decisão do Supremo sobre isso. […] Não posso obrigar e levar forçadamente. […] ”
O prefeito também citou, por fim, um programa da prefeitura de recuperação e ressocialização dessas pessoas que também oferece cursos técnicos e profissionalizantes para reinserção delas no mercado de trabalho. “Começam trabalhando na prefeitura, recebendo um vale moradia para alugar uma casa e uma bolsa para trabalhar. No período de 4, 5, 6 meses, se mantiver o regime correto, vai para o mercado de trabalho que temos uma parceria grande”, complementou.
Educação
Fuad Noman voltou a admitir que a prefeitura teve um problema no controle da gestão de creches. Segundo ele, faltou um “acompanhamento” por parte do município. Atualmente, há fila por vagas em creches na faixa etária de 0 a 2 anos em BH.
“Quando percebemos isso, fizemos uma mexida importante na Secretaria [de Educação]. Creche conveniada é uma grande solução para BH, mas elas precisam ser atendidas, ter salário, pagamento em dia, reforma, precisam ter um acompanhamento da prefeitura, e isso não estava acontecendo de forma efetiva. Quando nós entendemos isso, entramos, aportamos R$ 80 milhões para corrigir esse problema”, afirmou.
O candidato também falou das trocas no comando da Secretaria Municipal de Educação – em dois anos e meio, cinco pessoas ficaram à frente da pasta, incluindo uma interina.
Ele citou que o trabalho de um dos secretários “não estava condizente” com o que a prefeitura planejava, outro “não estava dentro” do que ele gostaria, uma pediu demissão e outra foi interina.
“Até que consegui um profissional que entendesse as nossas necessidades, entendesse as nossas demandas, estivesse alinhado ao que o prefeito quer. O que o prefeito quer? Que as crianças aprendam, que os professores sejam bem qualificados, que nós tenhamos uma escola plural, uma escola que acolha as crianças. […] Estou muito satisfeito com o atual secretário” disse.
Reportagem em atualização

Adicionar aos favoritos o Link permanente.