Fazendas urbanas levam produtos frescos à mesa de consumidores no ES


O campo está invadindo as cidades. Capixabas criam estufas para a produção de diferentes culturas sem agrotóxicos no alto das residências em Vitória. Fazendas saem do campo para a cidade e conquistam espaço na Grande Vitória
A laje de uma casa no Morro do Quadro, em Vitória, no Espírito Santo, se tornou uma fazenda urbana. O processo começou em 2018, quando o espaço de 120 metros quadrados passou a ser uma estufa com 265 pés de tomates do tipo grape. De formato oval e de textura mais firme, a produção é semi hidropônica e sem agrotóxicos.
A ideia surgiu durante uma obra no terraço da residência, onde hoje saem 1.200 quilos da fruta por mês. O local é conhecido como “Horta do Léo”, em referência ao idealizador do projeto, Leonardo Zanetti, que é policial militar e biólogo.
“Tiramos toda a estrutura para fazer a estufa. Pensamos em um produto de valor agregado, que é o tomate sweet grape. Agora, aproveitamos de espaço que antes estava vazio e colocamos o produto diferente na mesa do consumidor”, disse Leonardo.
Sweet grapes cultivados em fazenda urbana localizada no Morro do Quadro, em Vitória, capital do Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Diferentemente dos tomatinhos tradicionais, o sweet grape tem um formato redondo, textura e polpa mais firmes.
Além disso, o gosto foge do comum, pois é mais doce. “O tomate permite você morder e ele se manter íntegro sem você se sujar, diferente dos outros tradicionais”, disse idealizador e proprietário do espaço.
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Leonardo, junto dos pais, donos do imóvel onde tudo acontece, pensaram até na entrega dos produtos e em como ele poderia diminuir não só os custo e o tempo para o consumidor, mas também reduzir até a emissão de carbono durante esse processo, do produtor ao consumidor final.
Nós não temos atravessador. O produto sai daqui e vai direto para a casa do consumidor, diferentemente de quando do campo passa por atravesador, vai para a Ceasa, depois para o supermercado e, assim, para casa das pessoas. Podemos falar que aqui temos até redução no consumo do carbono”
Produção de folhas mais saudáveis e com sabor
Leonardo não é o único capixaba da Grande Vitória que produz tudo de forma mais “artesanal”’. Em um espaço na Praia do Canto, também na capital, há uma estufa com a produção voltada para o modelo hidropônico.
O local tem como foco a produção de folhas, como alfaces, rúculas, manjericão, couves, e outros. A ideia é oferecer para o comprador não só um produto mais saudável, mas também com mais sabor.
Fazenda urbana localizada na Praia do Canto, em Vitória, no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
Hanna Souto é a proprietária do Cooltiva. Na loja, são vendidos produtos naturais e tudo o que é ofertado vem da estufa “caseira”.
“Produzimos cinco tipos de alface e na outra parte produzimos folhaças. O objetivo é de vender saúde e produto mais fresco. Temos duas estufas e, ao todo, 700 metros quadrado de hidropônia”, explicou Hanna.
Clientes compras folhas produzidas em estufa hidropônica. Fazenda urbana fica localizada na Praia do Canto, Vitória, no Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
O principal desafio é o clima da Capital. Por ser quente e úmido, existe a dificuldade de fazer controle em dias de muito calor, mas nada desanima a produtora e empreendedora.
“O nosso público é realmente o consumidor final e temos com objetivo vender saúde e diferenciar no sabor daquilo que a pessoa está comendo realmente”, afirmou a dona do Cooltiva.
Fazenda urbana: moradores da cidade criam plantações e estufas em meio aos prédios de Vitória, no Espírito Santo
Reprodução
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