Minas Gerais já registrou mais de 24 mil incêndios em 2024, o pior número da série histórica


Polícia Civil concluiu 687 investigações sobre incêndios em matas, um aumento de 96% na comparação com todo o ano de 2023. Incêndio Serra do Chapadão, entre Guapé e Ilicínea (MG) – foto ilustrativa
Corpo de Bombeiros
Minas Gerais registrou 24.475 ocorrências de incêndios em vegetação entre janeiro e setembro de 2024, de acordo com dados do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG). O número é o pior da série histórica iniciada em 2015, ultrapassando todo o contabilizado em 2021, pior período até então, quando foram 24.336 casos ao longo de todo o ano.
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) concluiu 687 procedimentos investigativos relacionados ao crime de “provocar incêndio em mata ou floresta” (Art. 41 da Lei de Crimes Ambientais) entre janeiro e 15 de setembro deste ano, um crescimento de 98% em relação a todo o ano de 2023.
No mesmo período, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) conduziu 216 pessoas em ocorrências relacionadas a incêndios, sendo 76 delas especificamente por crimes ligados a áreas de florestas.
As multas aplicadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) somam mais de R$ 10 milhões em 2024, referentes a 461 autos de infração e 510 multas ambientais por provocar queimadas ou incêndios. O governo não informou se as punições já foram pagas.
O aumento expressivo dos incêndios florestais no estado é atribuído, em grande parte, à ação humana, muitas vezes criminosa.
As regiões com maior incidência de infrações são Jequitinhonha, Leste, Norte e Central, com destaque para os municípios de Itamarandiba, Ouro Preto, Coluna, São Sebastião do Maranhão, Rio Vermelho, Januária e Ladainha.
Situação de emergência
Em 2024, seis cidades mineiras decretaram situação de emergência devido às condições ruins da qualidade do ar e focos de incêndio: Rio Vermelho, Uberaba, Santa Helena de Minas, Campanário, Ibiraci e Andrelândia.
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Ação humana
De acordo com o governo, especialistas já previam o aumento das ocorrências devido às altas temperaturas, ondas de calor, baixa umidade e longo período de estiagem. No entanto, a ação humana permanece como a principal causa dos incêndios florestais.
A população pode denunciar práticas criminosas relacionadas a incêndios e queimadas pelos números 181, 190, 193 ou 155 (opção 7) ou pelo site da Semad.
Entre julho e setembro deste ano, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) recebeu 82 denúncias de crimes e infrações ambientais relacionadas à flora.
Apenas entre agosto e 19 de setembro, houve um aumento de 96% no número de denúncias, passando de 25 em agosto para 49 em setembro, após campanhas de mobilização.
Alerta
Para alertar a população sobre riscos e medidas de autoproteção, a Defesa Civil está enviando alertas via SMS.
Para se cadastrar, basta enviar o CEP do local desejado para o número 40199. Minas Gerais é o terceiro estado com o maior número de celulares cadastrados, com mais de 1,7 milhão de dispositivos.
Sala de monitoramento dos focos de incêndio, usando tecnologia de satélite – foto ilustrativa
Corpo de Bombeiros de Minas Gerais
Operações em andamento
Operações de combate aos incêndios estão em andamento, como a Operação Verde Minas, iniciada em agosto, que utiliza monitoramento via satélite e drones para identificar focos de incêndio.
Nos últimos três meses, aeronaves do Comando de Aviação do Estado (COMAVE) da PMMG voaram cerca de 390 horas em apoio às ações de combate.
Minas Gerais dispõe de 22 aeronaves para atuar no combate ao fogo, incluindo 11 aviões Air Tractor e helicópteros da PM, Polícia Civil, bombeiros e Instituto Estadual de Florestas (IEF).
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