
O exame toxicológico para motoristas está prestes a passar por mudanças significativas no Brasil. O Projeto de Lei 3965/21, atualmente aguardando sanção presidencial, propõe a obrigatoriedade desse teste para quem busca a primeira habilitação nas categorias A e B, destinadas a motocicletas e automóveis. A medida, caso aprovada, promete impactar diretamente o processo de obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e pode alterar a rotina de milhares de candidatos em todo o país.
Com a possível ampliação da exigência, a procura por exames toxicológicos deve crescer de forma expressiva. Estimativas da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) apontam para um aumento de aproximadamente 60% na quantidade de testes realizados mensalmente. Essa expansão reflete a preocupação crescente com a segurança no trânsito e o combate ao uso de substâncias psicoativas por condutores.
Como funciona o exame toxicológico para CNH?
O exame toxicológico é um procedimento laboratorial que identifica a presença de drogas ilícitas ou medicamentos controlados no organismo do candidato à habilitação. A coleta do material biológico é feita em locais autorizados, onde profissionais treinados realizam o procedimento seguindo protocolos rigorosos para garantir a integridade da amostra.
Normalmente, o exame utiliza fios de cabelo ou pelos corporais, permitindo detectar o consumo de substâncias em uma janela de tempo que pode variar de 90 a 180 dias, dependendo da região do corpo de onde a amostra é retirada. As áreas mais comuns para coleta incluem braços, pernas, tórax, axilas e região pubiana. Esse método é considerado eficaz para identificar o uso prolongado ou recorrente de drogas.

Quais substâncias são detectadas no exame toxicológico?
O teste toxicológico para habilitação é capaz de identificar uma variedade de substâncias psicoativas. Entre as drogas mais frequentemente detectadas estão:
- Cocaína
- Opiáceos (como morfina e codeína)
- Anfetaminas
- Maconha (THC)
Além dessas, o exame pode apontar o uso de outros entorpecentes, dependendo do painel de análise adotado pelo laboratório. A taxa de positividade no Brasil, segundo dados recentes, é de 1,37% para laudos positivos sem justificativa e 1,56% para casos em que há justificativa médica ou legal.
O exame toxicológico será obrigatório para CNH A e B?
Atualmente, a obrigatoriedade do exame toxicológico se restringe às categorias C, D e E, voltadas para motoristas profissionais, como caminhoneiros e condutores de ônibus. Com a possível sanção do Projeto de Lei 3965/21, a exigência se estenderá também para quem busca a primeira habilitação nas categorias A e B, ampliando o alcance da medida para condutores de motos e carros particulares.
Esse novo cenário exigirá adaptações tanto dos candidatos quanto dos centros de formação de condutores e laboratórios. A expectativa é que a medida contribua para a redução de acidentes relacionados ao uso de drogas, promovendo um trânsito mais seguro para todos.
Como é realizado o processo de análise laboratorial?
Após a coleta do material, as amostras são acondicionadas em dois envelopes lacrados, denominados A e B. O envelope A é utilizado para a análise inicial, enquanto o envelope B é reservado para contraprova, caso haja contestação do resultado ou solicitação judicial. O procedimento no laboratório envolve etapas como lavagem, pesagem, extração e análise em equipamentos específicos.
Se o resultado for negativo, o laudo é liberado ao candidato. Em caso de resultado positivo, uma nova porção da amostra é analisada para confirmação. Apenas após essa etapa confirmatória o laudo é disponibilizado. O envelope B só é aberto em situações excepcionais, garantindo a segurança e a confiabilidade do processo.
O que muda para quem pretende tirar a CNH em 2025?
Com a possível aprovação da nova lei, quem deseja obter a CNH nas categorias A ou B deverá incluir o exame toxicológico entre as etapas obrigatórias do processo. Isso representa um novo desafio para os candidatos, que precisarão se planejar para cumprir todos os requisitos legais. Os centros de formação de condutores também deverão orientar os alunos sobre os procedimentos e prazos relacionados ao exame.
Além disso, a ampliação da exigência pode impactar o mercado de exames laboratoriais, com aumento na demanda e necessidade de maior infraestrutura para atender ao público. O objetivo principal da medida é fortalecer a fiscalização e promover a segurança viária, reduzindo riscos associados ao uso de substâncias psicoativas ao volante.
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