Espírito Santo amplia exportações de mamão em 34% e fatura mais de US$ 10 milhões até abril

O Espírito Santo reforça sua posição como principal estado exportador de mamão do Brasil. De janeiro a abril de 2025, o estado embarcou 7,4 mil toneladas da fruta para o exterior, um crescimento de 34% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 5,5 mil toneladas. O bom desempenho gerou um faturamento de US$ 10,6 milhões, alta de 33% frente aos US$ 7,9 milhões registrados em 2024.

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ES embarcou 7,4 mil toneladas de mamão no 1º quadrimestre

A performance positiva é explicada por uma combinação de fatores: safra aquecida, câmbio favorável e alta demanda internacional, principalmente da Europa. Portugal, Reino Unido e Estados Unidos estão entre os principais destinos da fruta produzida em solo capixaba. Com clima e solo favoráveis, a produção capixaba de mamão se concentra nas regiões Norte e Noroeste, com destaque para os municípios de Pinheiros, Montanha, Linhares, São Mateus, Boa Esperança, Pedro Canário, Sooretama, Vila Valério, Aracruz e Jaguaré.

Em 2023, o Espírito Santo produziu 352 mil toneladas de mamão e movimentou R$ 1,1 bilhão com a fruta, consolidando sua importância no setor. Ao todo, a fruta foi exportada para 37 países no ano passado, e a tendência é que esse desempenho se mantenha nos próximos meses, desde que as condições climáticas não prejudiquem a produção.

Exportações nacionais em alta

No cenário nacional, as exportações de mamão somaram 18,2 mil toneladas no primeiro quadrimestre de 2025, crescimento de 31% em relação ao mesmo período de 2024. A receita gerada foi de US$ 24 milhões, 34% superior à registrada no ano anterior. O bom momento é sustentado por uma boa oferta interna, sobretudo no Espírito Santo e no Rio Grande do Norte, aliados ao interesse crescente dos mercados europeus.

Oscilações no mercado interno

Enquanto o mercado externo se mantém aquecido, o mercado interno apresentou variações de preço e queda no volume comercializado em abril. O mamão formosa teve recuos significativos em centrais de abastecimento como a CeasaMinas, em Belo Horizonte (-19,8%), e a Ceagesp de Araraquara (-7,4%). Já o mamão papaya teve comportamento mais instável, com alta de 10% em Juazeiro (BA) e queda de 16,7% em Natal (RN).

A comercialização total nas Ceasas analisadas chegou a 33,7 mil toneladas, retração de 3,7% em relação a março. O Espírito Santo foi um dos principais fornecedores para os entrepostos, com 11,1 mil toneladas enviadas, embora tenha registrado queda de 15,4% no volume em comparação ao mês anterior.

Previsão do tempo pode impactar produção

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão para o trimestre maio-junho-julho aponta chuvas abaixo da média nas principais regiões produtoras, como o sul da Bahia e o norte capixaba. Já as temperaturas devem permanecer acima da média, o que pode acelerar o amadurecimento da fruta nos pomares. Esse cenário pode favorecer a colheita, mas, se as chuvas forem escassas, a qualidade do mamão pode ser comprometida, com maior risco de frutos menores e doenças.

Mesmo com esses desafios, o setor segue otimista, apostando na regularidade da produção e na manutenção do interesse internacional para manter o ritmo das exportações ao longo do ano.

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