Ativista Thiago Ávila chega a SP depois de 5 dias preso em Israel: ‘Netanyahu é maior inimigo do mundo’

Pouco antes das 6h desta sexta-feira (13), o ativista Thiago Ávila desembarcou em São Paulo (SP) depois de cinco dias detido pelo Estado de Israel. Ávila e outros 11 ativistas foram presos no Mar Mediterrâneo na madrugada da última segunda (9) quando, em uma embarcação do movimento Flotilha pela Liberdade, tentavam chegar à Faixa de Gaza com ajuda humanitária. 

Membro do Psol, Ávila foi deportado e recebido no aeroporto de Guarulhos por sua esposa, a filha de um ano e um grupo de dezenas de pessoas segurando cartazes e bandeiras da Palestina. Entre os gritos de ordem, os manifestantes cantaram “Livre, livre, livre Palestina, Palestina livre , fora sionistas” e “Ô Lula, eu quero ver, a ruptura com Israel acontecer”.

A ambientalista sueca Greta Thunberg, que também participava da missão humanitária, foi deportada na última terça (11). Outros ativistas – o holandês Mark Rennes, a turca Suayb Ordu, a alemã Yasemin Acar, o francês Reva Viard e a deputada francesa do Parlamento Europeu Rima Hassan também foram expulsos de Israel para os seus países. 

Dois membros da comitiva, no entanto, seguem detidos na Prisão de Givon. São eles os franceses Pascal Maurieras e Yanis Mhamdi. A expectativa é que em breve sejam também deportados. 

Enquanto esteve preso, Thiago Ávila se recusou a assinar documentos que o acusavam de entrar ilegalmente em Israel, fez greve de fome e sede e chegou a ser levado para uma cela solitária. Em breve coletiva de imprensa no aeroporto, Ávila afirmou que Benjamin Netanyahu, o primeiro-ministro israelense, é “o inimigo número 1 da humanidade hoje”.

“A gente tentou o máximo que a gente pôde levar nossa missão humanitária e a gente foi impedido por um Estado racista, supremacista, que há oito décadas realiza limpeza étnica. No fim das contas, não tem nada a ver com religião, é uma ideologia: o sionismo. Essa ideologia precisa ser desafiada e derrotada a partir da união de todo mundo, juntando todas as ações de rua, com pressões nas redes, missões como Flotilha, marchas por Gaza. Todo mundo tem que estar junto nessa batalha”, declarou Thiago Ávila. 

O ativista brasileiro se definiu como um “aliado” do povo palestino, citou ter sofrido, sim, violência pelas forças israelenses, mas que não se ateria a isso por não se comparar ao que os palestinos enfrentam. 

Respondendo a um apoiador que o chamou de “herói”, afirmou que “isso não tem nada a ver com herói. A gente não precisa de heróis, precisa de solidariedade, de amor, de humanidade”. A detenção pela qual passou, salientou, “é uma pequena fração do que mais de 10 mil palestinos, hoje encarcerados, passam. Entre essas pessoas, 300 são crianças”. 

“O povo palestino mostrou para o mundo o sistema que a gente vive”, disse Thiago, citando os Estados Unidos, mas ressaltando que “o olhar mais cruel e odioso” do colonialismo é “o Estado sionista de Israel”. “A gente está vivendo um momento decisivo na história da humanidade”, avaliou: “Cabe a nós deter esse processo”. 

Fundada em 2010, a Coalizão da Flotilha da Liberdade é um movimento internacional que demanda o fim da guerra de Israel contra os palestinos e usa de “ações não violentas” de solidariedade com a população da Faixa de Gaza. A embarcação Madleen foi interceptada pela Marinha israelense a mais de 100 quilômetros de distância do destino pretendido.

Horas antes do desembarque de Thiago Ávila em Guarulhos, na noite de quinta-feira (12), Israel bombardeou a capital do Irã em uma ação que chamou de “preventiva”. Enquanto isso, na Faixa de Gaza, o governo de Netanyahu já matou cerca de 55 mil palestinos desde 7 de outubro de 2023.

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