A Marinha de Portugal está avaliando a aquisição de dois submarinos de porte ligeiro, com deslocamento entre 800 e 1 300 toneladas, junto à fabricante sul-coreana HD Hyundai Heavy Industries (HD HHI). A iniciativa visa modernizar as capacidades de vigilância e defesa costeira, diante da escassez operacional dos atuais submarinos classe Tridente (Type 214).
Portugal opera atualmente dois submarinos — NRP Tridente e NRP Arpão — ambos ativos desde 2010. No entanto, a indisponibilidade da frota aumentou nos últimos anos, com o Tridente em reforma desde 2022 e o Arpão temporariamente fora de operação em março de 2025 por causa de problemas hidráulicos. Essa situação deixou a Marinha sem uma presença submarina efetiva no Atlântico, fator agravado por preocupações com o incremento da atividade naval russa em áreas próximas.
Para remediar essa lacuna, a Marinha portuguesa negocia um memorando de cooperação com a HD HHI, firmado durante a MADEX 2025, em Busan. O acordo prevê o desenvolvimento conjunto de um submarino compacto adaptado às necessidades nacionais. A fabricante sul-coreana apresentou três projetos de exportação — HDS‑800, HDS‑1500 e HDS‑2300. Analistas consideram o modelo intermediário A HDS‑1500, com 1 500 toneladas, o mais adequado ao perfil operacional de Portugal.
A HDS‑1500 possui projeto de arquitetura aberta, o que facilita a integração dos sistemas de combate portugueses, sensores e armamentos específicos. O desenho prevê 65 m de comprimento, 6,5 m de boca, propulsão híbrida (diesel-elétrico com bateria de íons de lítio), autonomia estendida e tripulação prevista de 25 militares.
Ainda sem valores divulgados ou cronograma fechado, a escolha entre dois submarinos de menor porte ou um equivalente à classe Tridente será definida conforme as negociações avançam. A prioridade é restaurar rapidamente a dissuasão submarina de Portugal, mantendo interoperabilidade com aliados da OTAN e garantindo a proteção das rotas marítimas atlânticas .
Além do acordo com Portugal, a HD HHI assinou memorandos com empresas como POSCO, Leonardo e Thales durante a MADEX, focando em inovação de materiais e exportação de capacidades navais avançadas — estratégia voltada para vencer concorrência e ampliar presença em mercados globais, especialmente entre países alinhados à OTAN.

Os submarinos Type 214 em operação possuem deslocamento de cerca de 2 020 t submersos, autonomia de até 60 dias e lançadores de torpedos e mísseis Sub‑Harpoon. As dificuldades recentes pressionam pela aquisição de soluções adicionais de menor custo e maior disponibilidade.
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