
Vídeos protagonizados pela fictícia apresentadora Marisa Maiô estão conquistando milhares de visualizações nas redes sociais. Apesar de parecer um programa de auditório tradicional, com plateia, convidados e perguntas ao vivo, tudo não passa de uma sátira criada por inteligência artificial.
O criador do “programa” é o ator e ilustrador carioca Raony Phillips, que usa a tecnologia para ironizar o formato dos antigos programas da TV aberta brasileira.
Vestida com um maiô chamativo e postura de apresentadora experiente, Marisa conduz entrevistas cômicas com convidados inusitados. Em um dos vídeos, ela pergunta:
— Médica, qual o segredo para não ter mais espinhas?
A resposta vem na lata:
— É só parar de ter.
Sem perder o ritmo, a apresentadora finaliza:
— Brigada, gente, essa foi a inútil da médica!
Num segundo vídeo, também bastante realista, Marisa recebe uma convidada que diz: “Eu ensino como trair o marido sem ele saber”. “Aprendi com você”, responde a apresentadora.
Como o programa é feito?
Segundo o próprio Raony Phillips, os vídeos foram gerados com o auxílio do Veo, uma ferramenta de inteligência artificial generativa desenvolvida pelo Google. O primeiro episódio foi produzido com o Veo 2, disponível para assinantes do plano Google AI Pro. Já o segundo utilizou o Veo 3, versão mais recente e robusta da ferramenta, cuja assinatura parte de R$ 609.
O diferencial do Veo está na capacidade de criar vídeos realistas com até oito segundos de duração a partir de comandos de texto. A tecnologia inclui efeitos sonoros, ruídos de fundo e até sincronização labial — elementos que contribuem para dar veracidade às interações bizarras da apresentadora fictícia.
Apesar do humor “nonsense” e da estética exagerada, o conteúdo gerado por Marisa Maiô satiriza com precisão os clichês da televisão tradicional brasileira, misturando nostalgia e crítica social. O resultado é um fenômeno digital que mistura criatividade, inteligência artificial e a irreverência típica da internet brasileira.