Suspeita de execução: corpo de guia morto em operação policial é exumado no sul da Bahia

O guia turístico Victor Cerqueira Santos Santana, de 28 anos, morreu no dia 10 de maio, durante uma operação da Polícia Militar no distrito de Caraíva, em Porto Seguro.
Victor Cerqueira Santos Santana, de 28 anos | Foto: Redes Sociais

A Justiça autorizou a exumação do corpo do guia turístico Victor Cerqueira Santos Santana, de 28 anos, no cemitério municipal de Itabela, no sul da Bahia. O procedimento, solicitado pelo Ministério Público (MP-BA), ocorreu neste sábado (24). A medida visa aprofundar a investigação sobre a morte do jovem, ocorrida no dia 10 de maio, durante uma operação da Polícia Militar no distrito de Caraíva, em Porto Seguro.

Segundo o site Radar News, parceiro do Acorda Cidade, a decisão foi tomada após a abertura de um Procedimento Investigativo Criminal (PIC), conduzido pela Promotoria de Justiça de Porto Seguro, com apoio do Grupo de Atuação Especial Operacional de Segurança Pública (Geosp), núcleo do MP especializado no controle da atividade policial.

De acordo com o MP, a nova perícia busca esclarecer contradições na versão apresentada pela polícia, que afirma que Victor teria morrido em confronto, na mesma ação que resultou na morte de Davisson Sampaio dos Santos, o “Alongado”, suspeito de integrar uma facção criminosa.

A família de Victor contesta essa narrativa e aponta indícios de que ele foi executado após ser confundido com um foragido que utilizava o mesmo apelido, “Vitinho”. Testemunhas também relatam que houve possível obstrução de provas, como o desligamento de câmeras e a apreensão de imagens na região onde ocorreu a ação.

Conhecido na comunidade como “Vitinho de Luzia”, Victor trabalhava como guia turístico e não tinha antecedentes criminais. Inclusive, dias antes de ser morto, ele havia registrado um boletim de ocorrência por crime de racismo.

Os restos mortais foram levados para o Instituto Médico Legal (IML) de Itabuna, onde passarão por novos exames periciais. A intenção é esclarecer a dinâmica da operação e, principalmente, identificar se há elementos que confirmem a denúncia de execução.

A repercussão do caso mobilizou não apenas a Promotoria, mas também questionamentos direcionados à Polícia Federal e à Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), sobre a possibilidade de erro na identificação de Victor. Por meio de nota, a SSP informou que a ocorrência está sendo apurada pela Polícia Civil e pela Corregedoria da PM, como determina o protocolo em casos que envolvem mortes em ações policiais.

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